22 de dezembro de 2006

Esperança

Sinto tua falta. Asseguro-te que ainda tenho em minha mente e em meu coração tu e o que fizestes naqueles dias. Ainda guardo tuas palavras e elas ainda me mantêem forte longe de ti. Palavras que antes pareciam sábias, agora mostram-se apenas fumaça. Outras as quais não creditei foram as que mais precisei.

Vais voltar. Sei que vais. Oro para que venhas pra perto de mim mais uma vez. É difícil saber que, por mais que negues, em parte a culpa de teres partido foi minha, em parte a culpa de eu ter sofrido foi minha.

Tão subitamente quanto o riso se fez pranto, ao riso pode tornar-se mais uma vez. Aquela chama não será mais a última. Pois a vida é uma aventura errante da qual não se pode saber o que esperar. Mesmo assim espero por ti.

O coração do Ray partiu quando você partiu.

15 de dezembro de 2006

Épico

Que história! Um filme poderia ser feito envolvendo tantos acontecimentos quanto a vida daquele garoto. Ficção? Bem que ele queria que fosse tanto quanto parece. Aventura? Sim, nunca teve medo de aventurar-se por lugares desconhecidos da vida em buscas de novas emoções. Romance? Muito menos do que todos acham. Terror? Exatamente o que sentirá se verdes o filme.

LUZES!

Que se acendam todos segredos, todos os lugares obscuros de seu corpo. Que nada mais possa se esconder da verdade. Mentiras não deveriam existir, mas que as existentes não tenham mais espaço.

CÂMERA!

Se abra diafragma e deixe entrar essas imagens. Olhos filmem e gravem no filme da mente e do coração para que nunca precise-se reprisar: essas sensações não deverão ser sentidas denovo.

AÇÃO!

Aqui começa outro episódio da vida...


Ray sente falta de ir no cinema.
O cinema não sente falta do Ray.

8 de dezembro de 2006

Pobre amante

Os beijos que eu queria te dar, seus lábios sentir. Apenas um sonho, apenas mais uma lembrança de um futuro que poderia ter acontecido se você estivesse aqui. Mas não está. E agora a saudade de uma coisa que eu um dia poderia ter me maltrata.

Eu queria que você soubesse, acreditasse que eu sou um cara bacana pra você. Não tenho carro ou uma boa casa mas eu tenho um coração, coisa que você demonstra não ter.

Às vezes se faz de ruim, e no fim me faz me convencer que não mereço ter essa vida, que o mundo já pode se acabar para mim assim sem sal, uma vida tão doce mas amarga no final. Mas não tenho pressa, não tenho nada me esperando lá pra frente. Vou apenas embora de um momento do qual não pertenço.

Você se foi mas aqui nunca esteve. Vou-me também, esperando que alguém um dia encontre o meu caminho, os meus rastros e me alcanse cansado de seguir sozinho.

Ray agradeçe a Revolver, Walmondes, Pato Fu e a alguém pela inspiração.
Não, Ray não é emo nem vai se matar.

1 de dezembro de 2006

Encontrar-te

Que queres de mim? Como posso saber o que fazer, como agir, o que ser se tu continuas calada. Não sou Deus: não sei o que pensas se não me disseres. Mas, assim como Deus, não jogo dados nem acredito em coincidências. Somos muitos mais complexos que isso e essa é mais uma prova.

Acho que estou te esperando. Não! Eu estou esperando por uma atitude tua. Estou cansado de apenas pensar em ti, cansado de querer estar ao teu lado. Estou morrendo, e tenho medo de te ter apenas na mente durante o pouco tempo que me resta. É, podes estar certa, talvez não valha a pena falar. Pois se é pra falar, que as palavras sejam mais preciosas que o silêncio. Mas esse silêncio me aflinge de modo a me machucar profundamente.

Vá! Encontra-te logo com a distância antes dela te dizer que é tarde demais. Tarde para seguir em frente, para voltar atrás. Esse não é um adeus: é um até mais, quando nós nos encontraremos de uma vez por todas e Ele nos dizer o que será de nós daquele ponto em diante.

17 de novembro de 2006

Desafios

Olhando um arquivo de frases na internet, deparei-me com uma frase muito interessante da ex-primeira dama estado-unidense Eleanor Roosevelt na qual ela dizia: "Você precisa fazer aquilo que pensa que não é capaz de fazer". Pois vou contar algo que me aconteceu essa semana só pra me gabar pra vocês.

No último sábado houve o Vestibular da Facex, também conhecido VestFacex. Para quem não sabe, Facex é a instituição de ensino onde eu cursei o meu Ensino Médio e ela resolveu para o bem de sua tesouraria que os alunos teriam a inscrição para o VestFacex de graça. Como um bom brasileiro pensei: "É de graça! Vou sair no lucro mesmo que não passe" e me inscrevi.

No dia anterior à prova não estava muito bem. Sentia dores de cabeça e enjôo tive febre muito alta. Pensei exatamente o que vocês estão pensando mas não era nervosismo. Eu estava completamente calmo com relação à prova. Apenas peguei um resfriado justamente no pior dia pra isso acontecer. Mas não deixei que uma febrezinha e uma dor de cabeça forte feito a bomba de Hiroxima me colocasse na cama: fiz a prova.

No decorrer da semana eu fiquei na expectativa se eu tinha passado ou não. Recebi o meu caderno de questões e constatei que tinha errado 10 das 50 questões. "Dá pro gasto", pensei, "Minha altamente anarquista redação sobre democarica pode cobrir esses erros". Achava que errei muito, poderia ter feito melhor. Qual foi a minha supresa quando eu fui perguntar qual a minha posição.
-Qual o teu nome?
-Thiago.
-Thiago Anselmo??!
-Esse mesmo.
-Primeiro lugar.

Pois é pessoal. Passei em primeiro lugar para o Curso Superior Tecnológico (CST) de Gestão Financeira na Facex!!! Nada mais a declarar.

Ray é um CDF.
Ray acha que 1º lugar na Facex pode garantir o 50º na UFRN.

10 de novembro de 2006

Verdade...

Que é a verdade? Não posso responder. Não lhe sou o dono nem quero um dia sê-lo. Seu peso é grande demais para que eu suporte. Antes gosto de conhecê-la, dela sou amigo e companheiro. Posso brincar com ela sem jamais destorcê-la ou rompê-la. Se minto é para expor a verdade para quem a merece. Sou um artista, sou um poeta, esse é o meu trabalho.

A verdade é libertadora, pura, não foi feita para ser escondida por trás de palavras que aparentemente não machucam. É lâmina com a qual abre-se caminhos, destrói inimigos, vê-se envidraçadas as belezas microscópicas da vida.

Dize-me a verdade. Não te peço mais que isso. Por mais que seja dura não será tão rígida quanto meu coração ficará se mentires.


Ray ama ter licença poética.
Infelizmente isso não é um poema.

4 de novembro de 2006

O Grande Dia

Semana corrida essa, principalmente de quinta pra cá, tanto que nem tive tempo de escrever aqui no blog. Mas tenho uma boa desculpa: na quinta-feira ocorreu um grande evento que eu tenho que documentar nesse blog.

Quinta-feira, dia 2, às 23 horas (11PM) acontece o segundo show da Walmondes, sendo que foi o meu primeiro!!!

O show foi divertido e muito bem-feito levando em consideração que foi o segundo show para a maioria dos integrantes. Comparado ao show da Ctrl-C (sim... isso é o nome de uma banda) foi muito melhor. Não vou comparar com o da Belina Mamão (isso também ser nome de banda) pois eu não o vi e eles ficaram com raiva da gente porque tocamos duas músicas que eles íam tocar.

O visual foi interessante, cada integrante foi o mais brega que conseguiu. Até porque é uma banda de brega-rock e as vestes de rockeiro são muito comuns e chatas. Tentarei descrever cada componente.

Igu Vieira (vocal e guitarra base): Ele estava trajando o mais clássico do brega. Uma camisa vermelha largada com estampa de flores, uma calça social, um óculos totalmente, repito, totalmente dobrável e sandálias de dedo.

Breno 'Pinico' Costa (guitarra solo): Inspirou-se em mim, mas não soube chegar ao meu nível. Ele usava uma camisa branca de botão um pouco aberta, colares banhados em outro alta e extremamente brega e uma bermuda com estampas florais.

Thiago 'Ray' Anselmo (Contra-baixo, back-vocal e batera): Tava mais para Mamonas Assassinas vestindo aquele paletó azulado, camisa vinho, gravata verde, bermuda amarela floral, meião e basqueteira.

Waldemar (batera e vocal): Latin lover. Não consigo achar melhor palavra para descrevê-lo naquela camisa aberta, calça social e lenço vermelho amarrado na cintura. O que deixou bastante interessante vê-lo dançando temas mexicanos e cantando I Will Survive.

Agora... o que todos esperavam... fotos!!!

No centro, Igu. À esquerda, Breno. No lado direito, eu.

Detalhe na minha roupa.

Eu fazendo o solo em Mustang 64 e o Alexis fazendo uma participação especial com sua gaita.

27 de outubro de 2006

Nobre Águia

Onde estás? Há tempo não te avisto a voar. Fugiste? Sumiste e deixaste vazio o espaço que antes ocupavas. Sinto tua falta. Recolheste-te para as montnhas. Teu corpo não mais te comporta, teu bico não te alimenta e ainda pode matar-te. Precisavas mudar.

Tanto tempo passou-se desde que sumiste quando ao longe tu surges.

Mais uma vez voas, nobre Águia, após a cansativa muda. A fria pedra com a qual feriste-te está lá no chão enquanto sobes cada vez mais alto. És novo ser, és o que ansiava ser quando decidiste mudar. As penas que te protegiam voltaram a te embelezar também. Estás mais linda qual nunca fostes antes.

Vejo-te no céu, brincando com aquelas nuvens de algodão. Feliz. Penso na época em que estive exatamente onde voas, e em quando voltarei para um dia encontrar-te e, enfim, poder voar ao teu lado...

13 de outubro de 2006

Ciclo vicioso...

Escrevo esse texto, ou talvez tenha criado esse blog, tendo em mente o futuro. Para que eu possa, lá na frente, poder ler o que aqui registrei e ver se houve alguma evolução, ou involução, ou coisa assim. Enfim, as minhas observações acabam me mostrando que em muitos aspectos eu estou, no presente momento, em situação igual às que eu estava no começo do ano.

Um desses aspectos, o que se mostrou mais relevante, foi a questão da inspiração. Digo, eu continuo a escrever e não pretendo parar em algum momento. Apenas acho que o fato de estar escrevendo esse texto que o leitor está lendo (até porque se não estivesse não seria um leitor) já mostra que eu não to com inspiração nenhuma para escrever.

E, coincidentemente (ou não), encontro-me em condições convivenciais/amorosas muito parecidas com o princípio do ano. Não quero nem vou especificar nada aqui sobre essas condições pois não é problema do leitor. Acho apenas que isso pode estar interferindo na minha produção textual.

Produção textual que mudou bastante desde o começo do ano quando eu escrevia constantemente, seja em versos ou prosa. Hoje escrevo 1,5 vez por semana e apenas em prosa, o que não é muito animador para o futuro do blog - vide último texto, escrito em cima da hora. Isso já não importa uma vez que escrevo tendo em mente o futuro.


Ray ainda procura uma musa inspiradora.
O negão que concorreu à vaga não foi aceito.

6 de outubro de 2006

Rápidas...

Vôo da GOL (para Yoh Asakura):
Tava demorando pro terrorismo chegar no Brasil, ainda bem que erraram o alvo. Eu realmente não acredito que aquilo tenha sido um mero acidente...

Violência e PCC (para Antilyon):
Sou de Natal. Só fui assaltado uma vez. Graças a Deus eu não sei o que é o PCC.
(pra quem não entendeu: eu sei o que é o Primeiro Comando Capital, mas não vi eles por aqui)

Koala com Verminose (para Koala):
Cadê o Koala que sumiu? Acho que foi abduzido.
Koala... eu quero te dizer uma coisa, em três palavras...
Eu... me amo!!! E você não tem chances com a Kel, perdão...

Eleições (para Romes):
Não voto. Melhor usar essa opção enquanto ainda posso. Votaria em Lula, tenho medo do Alckmin. E acho legal que o velho Clô tenha sido eleito, melhor ele que muita gente por aí.

Porcos Gigantes (para Juliana):
Conheço alguns. Mas prefiro não citar nomes.

Ray acha que falta do que escrever é um tédio...
Ray não pretende repetir isso próxima semana...

30 de setembro de 2006

Noite de Sexta...

Afogar as mágoas em um copo de refrigerante no bar. Fazendo amigos, discutindo política, escutando boa música. Que mais eu ia querer?

Alguém do meu lado...

Ray não bebe álcool. Ray tem medo de combustão.
Ray acha que sexta-feira é até ele dormir ou o Sol nascer.

22 de setembro de 2006

Sim... Àquela noite!

O convite foi feito... Impreciso, porém um convite!
Risos, passos rápidos, barulho dos carros, peles brancas atenuadas pelo sangue que a agitação fez mostrar.
Conversavam? Não... Não seria aquilo uma conversa, essa seria uma denominação simplória demais para algo tão singelo. Seria melhor nomeada de: uma troca de "passados-presentes" e ate mesmo "presentes-futuro" que emolduraram aquele quadro que naquele instante pareceu tão terno, tão afável, tão vivo.
Verdades foram ditas... Se a ele surpreenderam? Surpreenderam mais ainda a ela saber que iguais aquelas nunca haviam sido por ele ouvidas.
Ele a olhava...
Insistentemente ele a olhava! Olhava com profundidade, com incisão, com lentes que intentavam deixar nua a sua alma. Ela bloqueava, às vezes! Metodicamente bloqueava, porém naquele breve momento necessitou deixar cair suas mascaras...
Ele partiu... Realmente era tarde...
O pensamento de se encontrarem novamente ela afirma que é recíproco.
Afirma sem outras confirmações, afirma sem receio, afirma sem visivelmente afirmar.

Àquela noite...

Já encontrava-se ali a algum tempo. As costas ainda doloridas de um dia cansativo de estudos, espera e, de certa forma, trabalho. Pediu para acompanhá-la em seu leito. Ela aceitou e assim ele o fez.

Conversavam. Sentia algo que a muito esquecera como era: calor. O calor do corpo dela próximo ao seu. O calor de sua voz. De sua amizade. Como ficou feliz ao escutar que sua voz era bonita, uma verdade que lhe foi negada por toda uma vida.

Ele a olhava. Seus olhos brilhavam? Não se sabe ao certo, mas uma grande admiração surgia. Queria ficar mais tempo ali a conversar, sorrir e descansar. Momento eterno enquanto durou.

Era tarde: ele partiu. Porém na mente de ambos ficou o pensamento de outro dia se encontrarem.

15 de setembro de 2006

Diálogo mental...

- Odeio rotina...
- Eu também. E por acaso nós acabamos caindo em uma das grandes.
- Isso é o que dá deixar o outro lá do peito cuidar das coisas sem nos consultar.
- Mas eu ainda acho que foi o melhor para o garoto.
- Talvez seja melhor eu me responsabilizar de agora em diante.
- Pode ser. Eu acho que o certo seria nós três cuidarmos dele.
- Ah! Boas lembranças eu tenho daquele tempo em que era assim. Os três conversando, discutindo... bons tempos...
- Que devem voltar!!!
- Mas você não acha que é um pouco tarde, não?
- Na verdade, não.
- Entom tá bom. Vamos chamar o lá do peito e ver se ele concorda.
- Ele vai concordar. Eu sei ser convincente quando preciso.
- Que seja... só me preocupo por uma coisa agora...
- O quê seria?
- Não vai ter mais aquela partida de Poker.
- Ah não! Nada mais de jogos... por enquanto não, pelo menos...

8 de setembro de 2006

Grande Murphy...

Esse Murphy que você está pensando mesmo. Aquele que todos conhecem graças a sua teoria de origem misteriosa cujas pesquisas já ganharam prêmios mundialmente conhecidos como o Prêmio IgNobel. Esse post é justamente sobre essa teoria.

Esse tal de Murphy foi, a primeira vista, um desocupado. Que outro tipo de pessoa pensaria numa teoria assim que virou uma Lei científica? Outros o acham o cara mais inteligente que já existiu pois sua Lei é um sucesso total.

Quem não conhece a 'Lei De Murphy', eis sua definição exata:

"Se existe duas ou mais maneiras de se fazer algo, e uma delas pode resultar em
uma catástrofe, alguém irá fazê-la"
(ou, em outras palavras: "Se algo pode dar
errado, vai dar"
).

Apesar de achar que Murphy era um desocupado mesmo, acho que além disso ele foi esperto. Vejam como é interessante que o cara ficou famoso apenas por identificar um padrão que todos os indivíduos da sociedade já conheciam. As pessoas tinham essa informação guardada mas não sabiam como defini-la.

Quantas pessoas já fizeram isso? Quantos têm seus nomes marcados na história apenas por dizer o que todos já sabem? Ele mereceria realmente tanto crédito assim? E por que eu faço isso direto e ninguém me dá a mínima importância?

É... parece que a Lei de Murphy se prova verdadeira mais uma vez para mim...

Ray passou a tarde toda pesquisando sobre essa Lei.
Ray é mais desocupado do que Murphy um dia será.
Murphy está morto.

1 de setembro de 2006

Aqueles versos...

Estava lá, parado, pensando em como estava ou deveria estar quando avistou aqueles versos. A quanto tempo não os via? Sua memória lhe indicava algo em torno de seis meses atrás mas ao seu ver parecia que fora escrito dez anos à frente. Nunca tinha notado o quão alta era a sua profundidade.

Versos, hoje, pareciam-lhe estranhos. Não poderiam ter sido escritos de tal forma por alguém de idade tão reduzida, ou talvez podiam. Tamanha pureza o transmitiu que quase chorava sozinho sobre a agenda que guardava aquelas palavras. Somente ele ali sabia o que significavam. Somente ele podia ver tal beleza.

Talvez pelo fato da responsabilidade daquele poema estar consigo. Ele se arrependia de ter esquecido sua obra que viria a ser tão preciosa após todo aquele tempo que se passou. No silêncio ele guardou-os no coração mais uma vez e com a promessa de que nunca mais os esqueceria. Pelo resto do dia, eles ficaram ecoando em sua mente o inspirando a produzir mais e mais...

Como é bom poder escrever!
Correr o lápis pelo papel
E ver ali surgindo
Um pedaço do que se é.

25 de agosto de 2006

Abismo de Sacrifícios

No abismo que há entre nós salto todos os dias com esperança de poder te alcançar. Todos os dias me mato assim por ti. Sacrifico-me constantemente, tu podes ver e vês que a cada dia eu fico mais abatido, ferido. Não te culpo por isso. Foi uma escolha feita por mim e, como dizem, a sabedoria não está em fazer as escolhas certas mas em aceitar e aguentar as conseqüências.

E a queda aumenta toda vez que pulo mais longe. A subida demora o resto do dia.

Sei que tu não o cavaste, nem eu o fiz. O que me machuca mais é saber que tu nunca pulaste em minha direção, deixando-me sozinho àquela escuridão, àquelas pedras frias cortando meu coração aos poucos.

Um abismo chama outro, que chama outro, e outro... Quando dei por mim estava ilhado, cercado por todos os lados vendo minha chama se apagando, o silêncio crecendo e corrompendo o ar por onde não ouço ninguém a tentar alcançar-me.

Fico aqui esperando, sacrificando-me, por alguém que queira fazer o mesmo por mim.


Ray precisa de um abraço.

18 de agosto de 2006

Tocando em Frente

Descansa. Estava cansado de ter que correr de tudo e de todos que o atropelariam se tivessem a chance. Em sua mente não parava de escutar aquela bela música que trazia nos primeiros versos as palavras 'Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais'. Isso o tocava no coração toda vez que escutava.

A quanto tempo vinha sofrendo perdas e privações? Já não conseguia mais contar de tamanha dor que sentia e que ficou guardada para nunca mais ser esquecida. Tal como uma lápide indicando onde jazia o falecido passado. E hoje se encotra defronte a uma nova era, um novo momento em sua vida que não poderia ser atrapalhado por forças que não mais deveriam atuar.

Começou a seguir a filosofia que o encantava naquela música. Decidiu 'conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs'. Talvez essa decisão tenha sido feita a muito tempo mas ele se esquecera em algum momento em meio àquelas provações. Percebeu que isso o faria dar valor ao que tinha conquistado até então e às conquistas que virão com e de sua força.

Os próximos meses serão decisivos para todas as áreas da sua vida, desde a financeira até a amorosa, da pública à privada, e ele está ciente disso. Cabe a ele escolher se quer subir a um outro nível ou continuar onde se encontra por mais algum tempo.

Ray está feliz atualmente.
Ray, infelizmente, não é atual.

11 de agosto de 2006

Dia dos Pais

Outro dia daqueles está chegando e me deixando muito triste. Todos sabem a minha opinião sobre a existência de feriados capitalísticos como os dias das Mães, das Crianças, do Natal, do Maradona, e outros dias quaisquer que inventam por aí só para fazerem promoções duvidosas em produtos 'caros'.

O meu presente para o meu pai darei no final do ano quando sair aquela bela lista dos aprovados no Vestibular da UFRN na InterTV Cabugi®. Acho que isso o deixará mais feliz do que qualquer meia, ou gravata, ou EcoSport que eu dê. Talvez tenha exagerado quando mencionei o EcoSport, mas isso não vem ao caso pois não irá mudar o meu presente.

É uma pena meu pai ter saído de casa e voltado a morar com a mãe dele. Mas pode ser que esteja bem melhor agora, tanto pra ele quanto para minha mãe e minha irmã. Essas duas são sim mulheres de fibra. Já eu, fico aqui cuidando delas dando mais um modo de meu pai ficar orgulhoso.

Ray ama o seu pai.
Ray quer ganhar um presente de Dia dos Pais futuramente.

4 de agosto de 2006

A jornada...

Olhou para trás. Quantas coisas deixara agora e só restava aquele tortuoso, porém suntuoso, caminho à frente debaixo de um céu instável que parecia engolir o horizonte, para onde a trilha se destinava.

Examinou onde se encontrava no momento. Apenas esse caminho parecia estar certo. Não por ser mais fácil ou mais difícil, mas por começar exatamente ali. As estradas que podia-se ver ou começaram um pouco mais atrás ou ainda tinha-se que andar muito para chegar ao seu começo. Sendo assim, ajeitou o que tinha e partiu.

Não precisou andar muito para ser alcançado por uma tormenta. Cada gota que caía parecia uma faca no rosto, como pedras nas costas, vidro nos pés. Ainda assim acreditava que a nuvem passaria tal como qualquer outra. Por mais que estivesse certo, a chuva demorou muito tempo para se extinguir e quando finalmente se foi olhou o caminho pelo qual passara e percebeu que estava tão preocupado agüentando a tempestade que nem percebeu o quanto andou. Já não conseguia avistar mais o início.

Mirou novamente à frente e se deparou com a seguinte inscrição numa placa: 'Maioridade, um ano(-luz) à frente.'

Ray completa 17 anos hoje.
Ray parece mais novo a cada dia.

28 de julho de 2006

TPV - Tensão Pré Vestibular

Pois é... dia 7 do mês seguinte começam as inscrições para o famoso vestibular, também conhecido como a Peneira (afunilada ainda por cima) para o Ensino Superior, quando muita gente raspa a cabeça porque passou e outros quebram a cabeça pra saber como repor um ano de estudos perdidos.

Peço a Deus e estou estudando para passar na UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte para quem não conhece - fazer meu cursozinho de Ciências da Computação e dominar o mun... digo... pegar meu diploma. Como o curso de CdC será nos turnos Matutino e Vespertino (ou Manhã e Tarde, duh!) vou ter que trabalhar de noite para conseguir um dinheirinho no bolso para poder 'investir em companhias', leia-se: arrumar namorada ou manter uma já conquistada.

Mas ao mesmo tempo que tenho meus planos, penso no que poderá acontecer se eu não passar. O que é improvável mas não impossível. O que poderá se tornar a minha vida? Um tédio enorme, com menos chances de estar 'acompanhado', e ainda com um blog que poderá se tornar tão tedioso quanto o autor ou ainda mais.

Também gostaria de discutir aqui a questão dos 'Argumentos de Inclusão'. Para quem não conhece, esse Argumento é uma nota pré-distribuída para os alunos da rede pública em determinados cursos para que eles tenham chance de passar e serem felizes et cetera... Por favor! Fazendo uma análize bem geral, o Governo quer consertar uma parede caída sem corrigir o alicerce que não suportou a parede. Quando vão se tocar que é preciso fazer algo como a Coréia do Sul fez e investir pesado na instrução (odeio o uso do termo Educação aqui). "Ah! vai sair caro..." Mas é claro! que não!!! Nenhum investimento é muito caro se têm-se a certeza de um retorno positivo.

Mas como não posso pedir tanto desse país na atual situação, permaneço a me preocupar com o que será de mim no a partir do dia 28 de Novembro quando será o início dos 4 dias de provas do vestibular.

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Ah! só para constar, a partir de hoje estarei assumindo o compromisso de postar aqui uma vez por semana. Toda sexta-feira até o final do ano terá (no mínimo) um texto/crônica/prosa poética aqui no blog. Anote na sua agenda!!! =)

Ray está um tanto quanto nervoso com o vestibular.
Ray é um doido em assumir um compromisso assim.
Ray está com sono.

13 de julho de 2006

Apesar de eu estar em um momento de mudanças, ainda tem muita coisa que eu preciso mudar em mim. Uma delas é que eu ainda sou uma pessoa que se deixa levar muito pelas aparências. O último caso que aconteceu isso foi semana passada quando eu fui convidado a ir ao cinema com meus primos para assistir 'Carros', filme que meu primo menor queria muito assisti.

No primeiro momento recusei. Olha só o nome do filme: "Carros". Apesar de amar esses títulos auto-explicativos, tipo 'O Ataque dos Tomates Assassinos', e também amar a PIXAR® Animation Studios, eu pensei que seria apenas uma outra animação qualquer mas que falasse sobre carros. Nunca duvidei que seria outra belo trabalho da PIXAR. Mas o ponto mais forte na minha avaliação de películas é mesmo a trama, a história, o roteiro.

Depois que me convenseram a ir - afinal eu nunca recuso a uma pizza - fui na esperança de ver um filme rasoável. Como vocês devem imaginar, quebrei a cara mais uma vez. O filme é ótimo e me fez lembrar do porquê que eu gosto tanto de ler blogs (bem próximo, não?), todos temos alguma história para contar, algo de precioso para compartilhar e que mudaria a vida de qualquer um que se disponha a ouvir ou conhecer. E gostaria muito que o meu primo de... (qual a idade dele?) ... meu primo pequeno aprendesse isso ou que ficasse preso no sub-consiente dele. A segunda opção tá mais próxima de ter acontecido.


Ray só fez esse texto para encher lingüiça.
Ray precisa urgentemente assistir mais filmes.

2 de julho de 2006

O Brasil perdeu! Ainda bem...

Dou graças a Deus que a Seleção brasileira se retirou da Copa do Mundo de Futebol. Digo que se retirou porque nitidamente ela não jogou. Não por culpa de um jogador ou vários, mas de todo um conjunto de fatores que incluem um técnico que achou que conseguiria ser campeão denovo agindo do mesmo jeito que a 12 anos atrás. Desde que o 'Pé de Uva' foi chamado para ser técnico que eu vinha cantando uma possível derrota. E acho que, no fundo, nenhum brasileiro queria realmente que o Brasil ganhasse essa Copa.

E agradeço aos céus porque agora esse povo burro que é o brasileiro vai poder tirar os olhos da Alemanha e se preocupar com coisas sérias no próprio país, como as próximas eleições. Paremos para analisar: só há eleições nos mesmos anos que as Copas e Olímpiadas! Tem muita gente esperta nesse mundo. Sempre se aproveitando pra se dar bem. E essa tática romana de 'Pão e Circo' até hoje funciona, graças ao povo que assim permite.

Além do mais, o fato do Brasil perder no futebol não deveria assustar ninguém. Os próprios jogadores franceses afirmaram após o jogo: 'Mesmo perdendo esse jogo, o Brasil ainda é o melhor do mundo'. Agora é bola pra frente que tem muita coisa no mundo que não pode ser resolvida no gramado como o que vai acontecer com a Seleção do Faustão que iria dar uma casa por jogo do Brasil, por exemplo.


Ray não gosta da Copa, ele prefere a Cozinha.

25 de junho de 2006

Bem-vindo devolta...

Faz tempo que não aparecida. Finalmente retornou à vista de todos, pode-se realmente vê-lo. Aquele reflexo que passa tantos sentimentos em apenas um instante, que todos gostariam de conhecer. E ele está de volta. O mais intrigante é que nada na vida daquele jovem que o carrega mudou desde a última vez, exceto o próprio.

Mudança. Não o mundo ou as circunstâncias que o cercam, mas ele. Sem ser forçado por ninguém, apenas a si mesmo cai a responsabilidade das transformações que se passaram.

Paz. Percebe-se fortemente do jovem esse sentimento. Aliás, a Paz sempre esteve ao seu lado e hoje, após todo esse tempo, ela brilha com toda a intensidade.

E nesse quadro encontra-se uma obra-prima da criação de Deus. Ele estava lá, imperceptível, intocável, apenas esperando o dia em que podesse aparecer na sua melhor forma sem se preocupar com nada que alguém venha a pensar que ele significa. Talvez seja a melhor hora pra ele surgir e brilhar para o mundo.

Sem falsidade, sem ser chamado por ninguém, apenas para ser aquilo pelo quê foi criado. São momentos com você que torna a Vida essa agradável aventura dia após dia. É por isso que hoje esse texto é sobre você. Seja bem-vindo mais uma vez, Sorriso!

13 de junho de 2006

Sobre o texto do Dia dos Namorados...

Após o post anterior - e principalmente os comentários sobre ele - me senti impelido a escrever uma explicação a respeito alguns pontos que eu quis enfocar e que foram mal interpretados pelos leitores.

Eu não falei que eu não vou mudar! Muito pelo contrário. Acho que o fato de eu entender que eu tenho dificuldades em me transformar já passa a idéia de que eu o quero. Mas eu não vou mudar por uma pessoa, para me adaptar à sociedade ou pra mostrar a todos que eu posso. Se eu estou em uma fase de mudanças, eu a faço por mim mesmo, para tentar ser feliz e me motivar a seguir em frente na vida.

O outro ponto que foi mal visto foi a parte que eu disse: "é assim que eu sou e gostem de mim assim" (última frase, 3º parágrafo). Concordo que eu fui um tanto quanto exagerado com essa afirmação. Não acho que uma pessoa poderá reclamar que ninguém gosta dela se ela não começar gostando. Minha auto-estima não é lá essas coisas, mas ela não é inexistente. O que eu quis dizer naquela frase é que eu gosto do jeito que eu sou e sempre vou gostar, por mais que eu mude. E nunca vou deixar de procurar pessoas que compartilhe desse sentimento para comigo.

E é aí que vem o último exclarecimento. Estou à procura de uma musa inspiradora, sim. Não vou deixar de procurar nunca, por mais que isso me faça sofrer, por dois motivos básicos:

1- Desistir não deveria estar no vocabulário de qualquer ser humano, e
muito menos no dos brasileiros;
2- Quem procura, acha! A busca pode demorar uma vida mas ela vai, um dia, terminar. Isso se chama FÉ.

Obrigado pela atenção, e continuem lendo esse blog. Saber que tenho grandes leitores como vocês que comentam, discordam e interagem comigo de maneira tão produtiva me mantém aqui firme e forte.

Ray quase chorou escrevendo esse último parágrafo.

11 de junho de 2006

Igualmente, outro dia...

Amanhã, dia 12 de Junho, comemora-se o chamado 'Dia dos Namorados' e, mais uma vez, estou a passá-lo sozinho. Talvez por falta de sorte, talvez por falta de perseverança, ou mesmo por que eu sou um péssimo administrador quando se trata do departamento do coração. Mas digo uma coisa: eu permaneço o mesmo.

Eu cheguei a perguntar a algumas amigas qual o meu defeito ou o que eu poderia melhorar para poder me dar bem com o sexo oposto. Uma delas me disse: 'Acho que o seu defeito pode ser o fato de você ser muito sensível'. Certo, eu sou uma pessoa altamente sensível aos sentimentos e estado de espírito dos que me rodeiam. Mas isso não são as mulheres que sempre reclamam que nós, homens, somos uns insensíveis?

Uma outra amiga afirmou: 'Você é muito estranho, não gosta de ficar, gosta de música japonesa, é meio depressivo. É difícil encontrar alguém que goste desse jeito que você é'. Olha que ótima força para a minha auto-estima! Mas eu não pretendo mudar para satisfazer o gosto de ninguém, é assim que eu sou e gostem de mim assim.

Pera aí! Eu nunca vou mudar!? Pronto, achei meu defeito. Minha mãe certa vez me disse: 'Ray, você precisa relaxar um pouco! Você é muito legalista: já decidiu que o seu jeito de ser é estranho e não se dá nem a oportunidade de ser um pouco normal'. Será possível que o fato de eu me conhecer está me impedindo de me transformar, mudar? Será que realmente isso é errado?

Não tenho mais certeza de nada, e agora vejo que nunca tive. Uma coisa posso dizer, que o dia Dia dos Namorados ainda é, para mim, apenas outro dia igual a outros 364 quando eu posso ser quem eu acho que sou.

Ray está a procura de uma musa inspiradora.

20 de maio de 2006

Inspiração...

Acho que a pior fase de qualquer artista é a fase que eu chamo de ' desgaste inspiracional' que é quando ele tem vontade de criar mas não consegue inspiração para dar forma ao projeto. Eu cheguei a comentar isso com algumas pessoas que eu conheço pessoalmente. Mas ao contrário da maioria desses artistas eu crio falando justamente da falta de assunto.

E o que me inspira a fazer isso? Não sei. Eu gostaria de estar escrevendo sobre a minha vida, sobre amores não correspondidos, momentos felizes... mas não posso. Minha vida é muito chata, fica monótono ler sempre que um cara está desiludido, e os momentos felizes estão meio raros esses dias.

Se alguém se lembrar ou tiver coragem de procurar nos arquivos do blog vai ver que não é a primeira vez que acontece isso comigo. Da última vez acabou surgindo o texto 'Divagação' que até hoje eu considero um dos melhores textos meus. E foi sem inspiração nenhuma, apenas começei a escrever sem motivo algum.

Pena não poder escrever aqui falando sobre algo interessante como 'O Código Da Vinci' (livro muito bom que eu quero ler e filme mal-feito que eu pretendo assistir) ou o último fim de semana em São Paulo (que eu ainda acho que teve dedo de político no meio). Hoje, eu quis variar e escrever esse texto metalinguístico que, com certeza, não vai superar o último texto. E nem quero que isso aconteça! Pois esse texto não tem inspiração, nem motivo para existir.

11 de maio de 2006

Pelos olhos de uma criança...

Hoje eu fui mais cedo para a reunião com a psicóloga do colégio, algo como uma hora antes. Quando cheguei na escola foi na mesma hora que tocava o sinal para os alunos do ensino fundamental, por volta do 2º ano (ou 3ª série para quem ainda não se acostumou), sairem de suas pequenas salas para o intervalo.

Fiquei ali procurando me identificar com algum daqueles garotos que corriam de um lado para o outro do pátio. Comecei então a me lembrar de como era ver pelos olhos de um garoto naquela idade: não importava de onde os meus colegas eram, não importava que usavam... A única coisa que importava para mim em uma pessoa era se ela era mais rápida que mim durante a brincadeira de pega-pega.

Dirijo meus devaneios para o atual momento: 3º ano do Ensino Médio. Tenho bastantes amigos legais mas também conheço colegas que só interagem com pessoas que usam acessórios de grife e que só falam comigo para pegar cola durante a prova de Física. O colégio se transforma a cada dia em uma passarela de moda onde só anda quem vem de bairros 'ricos' e tem pais que têm algum tipo de ligação com o dono da instituição para conseguir desconto.

Meus pensamentos foram interrompidos por um casal de alunos correndo ao meu redor, parecia-me que um estava atrás do outro que me usava como 'esconderijo'. Eu sentado num banco e chegou uma menina e pediu pra eu cuidar das coisas dela enquanto ela ia brincar. Olhei para o rosto dela que demonstrava tanta alegria por poder finalmente fraternizar com os amigos e disse: 'Vai tocar'. E nesse exato momento, o som ensurdessedor do sino tentou tirar o sorrizo daquela menina que ria pelo fato de eu ter acertado a hora. Mas ela foi para sua sala, ainda feliz por mais um dia brincando e aprendendo a viver.

Ray está nostálgico esses dias.

___________
PS: Antes que alguém venha me aperrear o juízo, a reunião com a psicóloga é apenas uma questão de Orientação Profissional, ainda não achei uma psiquiatra que concorde em me ter como paciente.

25 de abril de 2006

Antes de dormir...

Deitado em sua cama, preparando-se para dormir, ele começara a pensar sobre a vida como sempre tinha feito. Mas hoje um tema diferente veio a sua mente. Ao invés de pensar em suas possíveis pretendentes, no filme anarco-comunista que ele assistiu ou no que irá fazer quando passar no vestibular, ele se lembrou do que vira no espelho.

Tinha acabado de sair do banho e o vapor ainda encobria a visão do espelho. Levantou uma de suas mãos e tentou desobstruir o objeto. Espantou-se com o que vira através do marca de seus dedos que mais parecia com um arranhão que um leão ou outro animal selvagem tinha feito. Quem era aquela pessoa? Onde estaria aquela imagem de um menino alegre e sonhador que queria crescer logo pra poder ver-se no espelho que agora o mostrava tão diferente?

Ele estava ali mesmo, gritando através daqueles grandes olhos castanhos que assustadoramente olhava para ele no espelho. Gritava cada vez mais fraco, estava perdendo suas forças. Aquele que agora parecia um monstro o estava sufocando. Ele lutava para se manter vivo e algumas vezes conseguia se livrar e aparecer para o mundo, mas freqüentemente era segurado e calado pelo outro que surgia.

O jovem deitado em sua cama torcia: 'Vamos, lute! Você tem a força e permissão para ganhar essa batalha!' Enquanto um sussurro em sua mente respondia em prantos: 'Não consigo. Ele é muito forte e tem o terreno a seu favor.' Insistiu: 'Não quero saber. É você que eu quero junto comigo.'

Repentinamente o quadro se invertia. Ouviu-se um som forte, tal como uma explosão, seguido do que parecia ser algo rachando. Aquela pequena voz foi começando a crescer. Ela chegou aonde teria mais força, o coração, e a partir dali se alastrou tomando todo o corpo para si. Nada deixou para aquela monstruosidade.

O jovem sentiu apenas uma coisa durante o resto da noite: Paz. A guerra tinha terminado e o lado vencedor tomou posse do que conquistou. Aquela pequena criança foi salva por ela mesmo. O monstro não foi destruído, ele continuará esperando o momento em que ele pode ser útil na vida do jovem que agora sonhava como nunca mais tinha sonhado.

13 de abril de 2006

Me faltam significados...

Me faltam significados. Palavras agora são apenas palavras, meros rabiscos da boca das pessoas, miúdos sons escritos para ninguém ler.

Há palavras perdidas, esmagadas pelo mundo. Não se ouve mais confiança, amor, amizade, paz com os sentimentos que outrora costumavam ter. Substituídas por palavras complicadas, difíceis de entender suas existências, tais como ganância, ódio e guerra.

Dicionários não podem definir o perigo da falta de significados dessas palavras, até porque se não existir significado não haverá dicionários. Tudo de fato deixará de ser. Nos perderemos em meio ao branco da guerra de imagens incompreensíveis que brigam para ocupar as mentes daqueles que têm a coragem de se aventurar a olhar para elas.

Esse escritor não pode contar um final feliz nessa história que está a acontecer, mesmo porque o leitor perdeu o costume de querer encontrar significado nas palavras e não irá entender algum final feliz nem o final desse texto.

10 de abril de 2006

O que está acontecendo?

Como isso pode estar acontecendo? No que eu estou me transformando? Virei um monstro político? A coisa que eu mais achava chata de se ler e que eu tinha menos interesse de escrever aqui era sobre política, e analizando alguns textos anteriores percebi que eu venho tocando nesse assunto com freqüencia.

Deixe-me analizar a situação:
- Estou com quase 17 anos de idade, meu cérebro está começando a me jogar um monte de responsabilidades desnecessárias. Acho que por isso eu to ficando meio chato.
- Encontro-me em sério problema emocional e inspiracional. Como pode ser visto na frase do letreiro ali em cima, estou sem o que me inspire a escrever.
- Escola, último ano, vestibular... Sim, outros fatores que estão me tirando o tempo e a disposição.

Possíveis soluções para cada item:
- Vou voltar a assistir desenho animado pra ver se me esqueço de que eu to ficando velho e me esqueço dessa maldição que é a política atual brasileira. Já falei que sou à favor do Anarquismo Cristão?
- Seria ótimo se eu arranjasse uma namorada ou coisa parecida pra me inspirar a escrever, mas infelizmente isso está fora de meu controle.
- Quem disse que isso realmente me atrapalha? Estou estudando bem e dá tempo suficiente pra descançar e escrever aqui. Tô reclamando de barriga cheia.

Bom, é basicamente isso... Diminuí o ritmo do blog, mas espero o mais rápido possível voltar à média de 1,75 posts por semana. Até lá, vou tentar escrever aqui o mais freqüente possível. E se eu conseguir algo que realmente me inspire, eu posso postar até mais vezes.

(Ray encontra-se um tanto quanto depressível)

2 de abril de 2006

O Brasil foi pro Espaço...


Aliás, acho que faz muito tempo que o Brasil foi para o Vácuo. Sério, o povo diz que o governo gastou muito dinheiro colocando o Marcos Pontes (foto) na estação espacial e que deveria usar isse dinheiro todo pra ajudar a população aqui na Terra, acabar com a fome, entre outros argumentos por aí. Eu digo esse dinheiro foi o melhor empregado faz algum tempo.

Depois dos escândalos na política, eu prefiro que o governo mande dinheiro pro Espaço do que pro bolso dos pseudo-políticos lá em Brasília. Se lembram do juíz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau? Ninguém nunca mais falou dele, mas ele roubou tanto que seria como se cada pessoa no Mundo tivesse dado 1(um) real pra ele. Nem na Igreja pode-se confiar. Tá, nunca se pôde confiar na Igreja, mas pelo menos algumas usavam esse dinheiro pra caridade e outras coisas assim. Hoje esse dinheiro vai todo pra construção de 'Templos' cada vez maiores e mais coloridos parecendo árvores de natal.

Torço para que Pontes se dê bem lá na Estação Espacial Internacional (IEE) e que as pessoas olhem pra ele com o orgulho que ele merece. Ele vai passar apenas 8 dias em órbita, tempo que eu espero que seja superado logo por qualquer outro brasileiro com a perseverança dele.

(Ray Skywalker desligando)

26 de março de 2006

Ruindo...

Passando próximo àquela solitária árvore -pra quem não lembra e tem preguiça de procurar qual é, tá aqui o link- e vejo como a escavação feita pela prefeitura daqui a prejudicou. Com suas raízes à mostra e em vias de não ter mais terra abaixo dela, efeitos decorrentes de algumas tormentas, tornou-se iminente a sua ruína.

E mais uma vez me sinto como ela. Alguns amigos se afastando, outros sendo dragados pelas águas assustadoras do Vestibular. Minhas raízes começam a se denunciar como não sendo tão profundas como eu queria.

E, em meio a tudo isso, uma simples resposta para uma questão de 'sim ou não' me tira o sono. Quem dera eu ter escutado pelo menos um 'não', mas ao invés disso tenho que esperar e perder algumas horas de sono. E talvez essa resposta acabe me fazendo ruir tal qual a árvore solitária que muito me inspirou.

18 de março de 2006

Pensando em versos...

E lá está ele. Apenas olhando, olhando para aquela imagem que o encanta, o espanta e o força a ser uma pessoa que ele não é. E ele começa a pensar, imaginar e escrever. Sim, ele escreve versos que talvez nunca serão ouvidos por um papel. Este já não é essencial a ele. Ele escreve em sua mente.

Versos que falam de alegria e sofrimento. Falam de tristeza e superação. De ódio e paixão. Amor e lamento. Versos que não fariam parte de seu repertório e arquivo. Talvez por não ser de sua natureza escrever assim. Ele era apenas um escritor de versos tristes.

Sua Consciência o chama atenção: "Não faça isso! Se lembra o quê aconteceu nas outras vezes? Se essa história se repetir você pode não suportar!" Enquanto, insistentemente, seu Coração replica: "E daí?". A Razão, por sua vez prefere esperar, esperar pra ver se sua responsabilidade vai se dirigir a maus caminhos. Se isso acontecer ela estará pronta pra entrar em ação. Enquanto isso, os três continuam reunidos discutindo e às vezes rindo da infantilidade da situação.

Infantilidade. Essa palavra estava saindo do vocabulário daquele rapaz. Estava quase se achando capaz de se virar sozinho. Quase abandonara o ninho com esse pensamento. Pensamento que agora fora transformado em poeira graças àquela visão angelical que seus olhos encontraram.

Como uma pessoa pode mudar tanto assim? O que a faz jogar fora toda a sua sanidade quando ela acha que está no auge disso? Será que isso é bom, ou será ruim? O melhor é seguir a razão e apenas esperar.

13 de março de 2006

Meu Brasil...

Por mais que eu não goste da situação política do Brasil - acho até que o Anarquismo seria melhor do que temos agora -, ele continua sendo o meu país e tenho orgulho de ter nascido nele. E uma das coisas que me chateia muito é a imagem que os países 'desenvolvidos' têm daqui.

O Felipe Terra me mostrou em seu blog, O Diário Bizarro, um e-mail de um americano dizendo que o Brasil não era civilizado. Como se fosse civilizado criar guerras e destruir países inteiros a cada dois anos só pra ter um pouco de petróleo, matéria prima na qual o Brasil é auto-suficiente.

Até acho um pouco compreensível eles acharem que todos aqui são negros, que nós falamos espanhol, ou que tem muita gente pobre, pois de certo modo eles estão certos. Mas achar que nós 'andamos de cipó' como eu já ouvi é querer arrumar briga.

E uma das melhores atitudes a respeito disso foi a de Fernando Henrique Cardoso lançar o livro "The Accidental President of Brazil - A Memoir" ("Presidente do Brasil por Acaso - Memória"), um livro sobre a vida dele mas destinado apenas ao público estrangeiro para tentar mudar a visão deles do nosso grande Brasil. Desaprovo a idéia de ser comparado a FHC daqui a alguns anos, mas é bem melhor que ao Tarzan.

Nada contra os americanos e/ou qualquer outro cidadão dos países do norte. Conheço muitos e sei que não são todos assim. Apenas gostaria que eles soubessem um pouco da nossa linda nação antes de dizer que o Brasil se resume a Floresta Amazônica - e por sinal São Paulo está no raking das 3 maiores cidades do mundo.

8 de março de 2006

Dia Intenacional da Mulher...

Hoje é o dia do ano no qual se comemora o Dia Internacional da Mulher. Aí eu pergunto: Por quê? Por que nós empurramos num período de 24hrs uma atitude que deveríamos ter todo o ano: Respeito?

Está bem! Jóia! Esse dia, na maioria dos países, é marcado por debates, conferências, reuniões e discussões sobre o papel da mulher na sociedade atual, e tem tido efeito como o direito ao voto e outras coisas. Mas eu não estou reclamando dos Governos, ONGs ou outro tipo de, como diria Fred Allen, 'reunião de pessoas importantes que, sozinhas, não podem fazer nada, mas que, juntas, decidem que nada pode ser feito.' Eu falo do povão, a grande parcela da população mundial.

Por mais que essas reuniões resolvam alguma coisa, é de conhecimento geral que nem sempre o povo obedece - pelo contrário. Além das precárias condições de trabalho a que estão submetidas (ganhando apenas 65% do valor do salário dos homens), muitas mulheres enfrentam a dupla jornada de trabalho, porquanto assumem, além do emprego fora de casa, a responsábilidade integral pelas tarefas domésticas e o cuidado aos filhos.

Eu sozinho não vou mudar o jeito que as pessoas pensam, mas eu vou tentar começar por mim. E se quiser me ajudar, dê às mulheres o respeito que elas merecem e pelo qual elas continuam lutando.

2 de março de 2006

Divagação...

Um jovem se prepara para produzir (ele é um artista, mesmo que ele não saiba) mas pára de repente. Procura por algo que nem ele mesmo sabe o que é.

Ele espera, espera, espera até a obra final brotar de seus dedos. Dedos que já cansados de repetir tais movimentos mas que mesmo assim continuam a obedecer ao seu dono. Dono também de um dom que poucos têm. Pois poucos têm a coragem de se expressar como a arte dele.

A vida continua ao seu redor enquanto pra ele é como se a noção de Tempo fosse uma criação de insanos. Loucos por poder, por fama, por injustiça. A vida continua em seu ritmo: cachorros latem, pessoas e carros passam na rua.

Mas nenhuma dessas pessoas presta atenção no jovem parado ali apenas aguardando ela chegar. Aquela que faz com que a obra tenha a beleza que todos desejam. Aquela que às vezes é trazida pela alegria e às vezes pela dor, e que tem o péssimo hábito de nunca vir quando chamada.

Quando o jovem menos espera, sua obra está feita. A Inspiração chegou sem ele perceber, e espalhou sua beleza em um texto que aparentemente não tinha sentido existencial. Depois disso, ele desliga o computador e vai fazer um lanche.

21 de fevereiro de 2006

Apenas um som...

Durante a 'empolgante' aula de hoje, quando ninguém demonstrava alguma vontade de entender a classificação de cadeias carbônicas, um pequeno ruído me chamou a atenção. Um barulho simples, rápido e vago, ao qual poucos se preocupam em ouvir, mas muito importante para o mundo.

Escutamos esse som em muitas situações: desde quando um pai de família, contente, assina a compra de sua casa; até quando um médico tem a infelicidade de atestar o óbito de um jovem.

Outra coisa que me chamou atenção foi o fato de que esse barulho nunca se apresenta sozinho, vem sempre seguido de outro som idêntico, fechando um ciclo que até Newton poderia me ajudar a classificá-lo como harmônico.

Quanta gente é como esse som. Aparentemente sem importância, apenas esperando cumprir sua função e esperando encontrar o outro que harmoniozamente ajudará a fechar o ciclo de sua vida.

Um pequeno som pode ter muito mais significado do que você imagina. Lembre-se disso da próxima vez que ouvir o 'clic' de sua caneta.

11 de fevereiro de 2006

Enquanto isso, numa mente qualquer...

- Ah! Cansei de brincar de adedonha.
- Só porque você perde sempre!
- Não, é porque está chato mesmo. Sempre que esse cara fica assim nós acabamos jogando esse jogo ou algum outro que você inventa.
- Acho que a culpa dele não nos botar pra trabalhar não é só minha.
- Tá! Concordo que nós devíamos chamar a atenção dele, mas ele insiste em não nos escutar e ligar mais pro outro ali no peito. Sempre que ele encontra uma outra pessoa assim ele deixa a gente de lado.
- Fazer o quê, né? Vamos uma melhor de 5 de Jokenpo?
- Lá vem você denovo com esses jogos. Eu já não disse que eu não quero brincar? Eu to preocupado com o cara.
- Ah... deixa ele, é normal isso acontecer.
- Mas e se piorar?
- Aí eu te ajudo a chamar a atenção dele. Enquanto isso, dexa o outro lá dizer o que ele tem que fazer. É bom que dá mais tempo pra nós descansarmos.
- Tá bom, se você diz. Mas só jogo se for PingPong.
- Beleza. Você vai perder mesmo.

31 de janeiro de 2006

Volta às aulas...

Ontem começaram as minhas aulas. Tempo bom para rever amigos, criar novos, e ouvir os professores falar um monte de lerdeza na frente da turma. Mas uma coisa me chamou atenção, como eu estou no 3º ano do Ensino Médio os professores falam muito do Vestibular e de como é importante entrar numa Faculdade.

Bill Gates Nada contra o Vestibular e as Universidades, mas não são os ÚNICOS caminhos para vencer na vida. Bill Gates, atualmente o homem mais rico no mundo, trancou a faculdade no primeiro ano e abriu a Microsoft na garagem de casa com a ajuda de um colega de turma. Sem falar que muita gente se forma em Adimistração e depois só consegue trabalhar cuidando da venda da família. Digo isso porque eu já vi histórias assim.

Mas também não significa que nós não devamos estudar para entrar numa Faculdade, mas lembremos que a vida abre oportunidades a todos para aprender e para se dar bem na vida. Não apenas para os que têm diploma.


(Ray pretende fazer Ciências da Computação na UFRN)

20 de janeiro de 2006

Recife

  • 1º Dia

Acordar às 4:00 5:00 horas da manhã pra esperar um ônibus que estrasou 2 horas não é muito confortável. Principalmente quando eu vou passar mais de 4 horas na estrada e com guia 'alegre' falando coisas como 'eu sou uma Barbie' no microfone. Se nós ignorarmos a brincadeira de mímica, até que a viagem não foi tão ruim.

Quando minha mãe me disse que nós ficariamos num hotel na praia de Boa Viagem, eu sinceramente achei que ele seria melhor. O hotel num é ruim, ele só meio velho, é do tempo que as camareiras deixavam (e ainda deixam) dois copos na pia do banheiro. Sem direito a salão de jogos, e com a internet mais cara que meu fígado (10min = R$3,00), passei o primeiro dia em Recife assistindo Chapa Côco, comendo cereal e achocolatado (ambos da marca NESCAU® Energia que dá força) e cochilando.

  • 2º Dia

O dia de hoje foi mais proveitoso que ontem. Experimentei a piscina do hotel que tinha um tobogã tão grande que eu me assustei. Quase alcançava os 2 metros de comprimento!!! O bom era que tinha um bar próximo à piscina que facilitou o meu almoço, já que minha mãe tinha ido ao congresso que objetivava essa viagem.

Quando eu voltei ao quarto percebi que a camareira tinha passado por lá. Ainda bem pois estava um chiqueiro. Principalmente depois de eu ter comido aqueles pães que minha mãe comprou, com a pior qualidade que ela achou, pra me alimentar durante a minha estadia no expensivo hotel. Terminei o bendito Nescau® que eu deixei pela metade ontem, assisti alguns clipes muito bons na MTV, depois cochilei até ser súbitamente acordado pelo interfone do quarto. Era minha mãe que havia chegado e queria jantar.

Mesmo sem fome, mas com vontade de comer e/ou sair dakele quarto, desci e fomos a um boteco próximo, cujo nome não vou revelar para evitar constrangimentos futuros. Pedimos uma Carne de Sol com uma poção de batatas fritas. Quando a comida chegou tamanha foi a minha ira quando vi a heresia: não tinha farofa. Isso é um absurdo! Como eu posso me deliciar com uma boa carne sem farofa?! Depois dessa só me restou subir e esperar o término do meu segundo dia nessa cidade que não gosta de mim.

  • 3º Dia

Eu já falei que detestei aquele hotel? Pois aqui vai mais um motivo: croissant de presunto. Sim, um pequeno croissant destruiu toda a alegria desse dia sagrado que é o domingo.

Para quem não sabe, croissant é aquele salgado originário da França que é muito bem cotado ao redor do mundo e no meu estômago também. Tanto que peguei uns três pra comer no café-da-manhã de cortesia do hotel, mas não sabia seus recheios. Quando eu dei a primeira mordida, percebi que o presunto do primeiro croissant estava estragado. Deixei de lado e comi os outros dois que eram recheados com queijo, mas a desgraça já estava feita.

Depois de mais um tempo na piscina, fizemos o check-out e ficamos esperando o nosso 'saltitante' guia nos levar no shopping próximo ao lugar onde o congresso de minha mãe estava acontecendo. Antes disso acontecer eu me senti mal e tive que correr ao banheiro vomitar e 'evacuar'. Era o começo de minha tarde negra.

Achando que estava melhor, levei nossas malas ao ônibus e sentei na minha poltrona. Nessa altura eu estava morrendo de frio. Chegando no Shopping, desci do ônibus e tudo na minha mente girou, foi quando percebi que tava mal. Me levaram na enfermaria do shoppis e constataram que minha pressão estava a 9 por 6, o que é baixíssimo. Chamaram um táxi (sim, não tiveram nem coragem de me colocar numa ambulância) e me mandaram pra algum hospital. Na segunda tentativa, e após algumas gofadas dentro do carro do pobre taxista, chegamos a um hospital que aceitasse meu plano de saúde (o próprio hospital da Unimed) onde após uma rápida conversa com o Dr. tomei 2 soros e saí de lá bem melhor.

Mais tarde ainda vomitei mais algumas vezes (é nessas horas que eu me assusto com a capacidade do meu estômago) mas melhorei depois que minha mãe me empurrou uns 3 comprimidos enquanto estávamos no ônibus de volta para a minha querida cidade Natal.

17 de janeiro de 2006

(A)Normal...

Clique para ampliarNo comentário de Rodrigo Rabbit no meu texto anterior, chamou-me a atenção a seguinte pergunta: "O que é normal?" Picasso, o pintor da obra que ilustra esse texto era considerado estranho (apesar de seguir uma corrente artística).
'Alguém sabe dizer o que é normal?
Pode parecer tão natural.'
Jay Vaquer

É fato que vivemos em um mundo que não tem uma visão fixa do que é normal. Ela varia de acordo com a pessoa que a vê. Agora vocês devem estar pensando: "Sim cara, me diga uma novidade!" Pois é exatamente esse o meu ponto. Todos nós sabemos disso!

Mas, infelizmente, nós sempre nos esquecemos desse fato e consideramos o nosso "normal" superior ao dos outros. Quantas vezes você olha uma pessoa e têm uma expressão de expanto só pelo fato dela estar diferente na maneira de se vestir, ou agir, ou qualquer outra condição física, psicológica ou finançeira? É isso que acaba causando de exclusão social a até mesmo Guerras Mundiais. Adolf Hittler foi um dos maiores melhores exemplos disso. Se ele tivesse essa visão do normal ou diferente veria como todos nós o vemos hoje: "Um cara 'estranho' que queria ser melhor que os outros".

Devemos sempre lembrar que não existe o normal, o que existe é a capacidade de cada indivíduo de viver sem esquecer do próximo.

9 de janeiro de 2006

Influências...

Já tentaram colocar um sapo na água fervente? O quê acontece? Ele pula pra fora...
E se vocês colocarem ele numa panela com água fria e colocassem no fogo atá a água ferver? Ele morre cozido...

Mantendo as devidas proporções (claro), acontece o mesmo conosco nessa panela que se chama Sociedade. Nós mantemos nossos padrões e princípios mas a panela vai esquentando sem nós percebermos. Quando nos damos conta nós estamos mudados de uma maneira que não podemos consertar.

Me disseram que eu sou diferente, que eu tenho que me adeqüar aos padrões da sociedade. Pra mim isso é uma besteira! Eu sinto essa água esquentando e eu num vou esperar pra ver se eu acabo cozido. Isso pode me ser prejudicial (ou não) mas eu prefiro não arriscar.

"Princípio é uma coisa que se leva até o fim" (Desconheço a Autoria)

(o Ray não é brega, ele é exótico)

3 de janeiro de 2006

Paixão ou Amor???



Muita gente confunde paixão com amor, até porque eles andam sempre próximos. Eu gostaria de conseguir diferenciar na prática esses dois. Na teoria eu sei o que cada um significa, mas conhecimento sem a prática não é muita coisa. Eis o que eu sei:

Paixão é um sentimento por uma pessoa que nos faz mudar o nosso jeito de viver por uma outra pessoa. Muitas vezes é passageira, como uma chuva de verão. É loucura, a qual nós supervalorizamos sem a mínima necessidade. É fogo em palha.

Amor nos faz gostar dessa pessoa independente de quem nós somos ou de quem ela é. É um dilúvio em nossos sentimentos e na nossa vida. Na maioria das vezes nós não damos a importância necessária para manter-lo vivo. É fogo que arde sem se ver.

Nossas vidas seriam menos bagunçada se soubéssemos diferenciar e, assim, usar esses sentimentos a nosso favor. Porém uma vida sem as surpresas do coração seria muito tediosa, e o ciclo vital sem sentido. Falando nisso, gostaria de compartilhar um poema que mostra isso muito bem. Ele é meio grande mas vale a pena ler.

Se se morre de amor
de Gonçalves Dias

Se se morre de amor! - Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!

Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d'amor arrebentar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes ao morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração - abertos
Ao grande, ao belo, é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito, a imensidade
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores,murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!

Amar, é não saber, não ter coragem
Pra dizer que o amor que em nós sentimos;
Temer qu'olhos profanos nos devassem
O templo onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis d'lusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!