30 de setembro de 2006

Noite de Sexta...

Afogar as mágoas em um copo de refrigerante no bar. Fazendo amigos, discutindo política, escutando boa música. Que mais eu ia querer?

Alguém do meu lado...

Ray não bebe álcool. Ray tem medo de combustão.
Ray acha que sexta-feira é até ele dormir ou o Sol nascer.

22 de setembro de 2006

Sim... Àquela noite!

O convite foi feito... Impreciso, porém um convite!
Risos, passos rápidos, barulho dos carros, peles brancas atenuadas pelo sangue que a agitação fez mostrar.
Conversavam? Não... Não seria aquilo uma conversa, essa seria uma denominação simplória demais para algo tão singelo. Seria melhor nomeada de: uma troca de "passados-presentes" e ate mesmo "presentes-futuro" que emolduraram aquele quadro que naquele instante pareceu tão terno, tão afável, tão vivo.
Verdades foram ditas... Se a ele surpreenderam? Surpreenderam mais ainda a ela saber que iguais aquelas nunca haviam sido por ele ouvidas.
Ele a olhava...
Insistentemente ele a olhava! Olhava com profundidade, com incisão, com lentes que intentavam deixar nua a sua alma. Ela bloqueava, às vezes! Metodicamente bloqueava, porém naquele breve momento necessitou deixar cair suas mascaras...
Ele partiu... Realmente era tarde...
O pensamento de se encontrarem novamente ela afirma que é recíproco.
Afirma sem outras confirmações, afirma sem receio, afirma sem visivelmente afirmar.

Àquela noite...

Já encontrava-se ali a algum tempo. As costas ainda doloridas de um dia cansativo de estudos, espera e, de certa forma, trabalho. Pediu para acompanhá-la em seu leito. Ela aceitou e assim ele o fez.

Conversavam. Sentia algo que a muito esquecera como era: calor. O calor do corpo dela próximo ao seu. O calor de sua voz. De sua amizade. Como ficou feliz ao escutar que sua voz era bonita, uma verdade que lhe foi negada por toda uma vida.

Ele a olhava. Seus olhos brilhavam? Não se sabe ao certo, mas uma grande admiração surgia. Queria ficar mais tempo ali a conversar, sorrir e descansar. Momento eterno enquanto durou.

Era tarde: ele partiu. Porém na mente de ambos ficou o pensamento de outro dia se encontrarem.

15 de setembro de 2006

Diálogo mental...

- Odeio rotina...
- Eu também. E por acaso nós acabamos caindo em uma das grandes.
- Isso é o que dá deixar o outro lá do peito cuidar das coisas sem nos consultar.
- Mas eu ainda acho que foi o melhor para o garoto.
- Talvez seja melhor eu me responsabilizar de agora em diante.
- Pode ser. Eu acho que o certo seria nós três cuidarmos dele.
- Ah! Boas lembranças eu tenho daquele tempo em que era assim. Os três conversando, discutindo... bons tempos...
- Que devem voltar!!!
- Mas você não acha que é um pouco tarde, não?
- Na verdade, não.
- Entom tá bom. Vamos chamar o lá do peito e ver se ele concorda.
- Ele vai concordar. Eu sei ser convincente quando preciso.
- Que seja... só me preocupo por uma coisa agora...
- O quê seria?
- Não vai ter mais aquela partida de Poker.
- Ah não! Nada mais de jogos... por enquanto não, pelo menos...

8 de setembro de 2006

Grande Murphy...

Esse Murphy que você está pensando mesmo. Aquele que todos conhecem graças a sua teoria de origem misteriosa cujas pesquisas já ganharam prêmios mundialmente conhecidos como o Prêmio IgNobel. Esse post é justamente sobre essa teoria.

Esse tal de Murphy foi, a primeira vista, um desocupado. Que outro tipo de pessoa pensaria numa teoria assim que virou uma Lei científica? Outros o acham o cara mais inteligente que já existiu pois sua Lei é um sucesso total.

Quem não conhece a 'Lei De Murphy', eis sua definição exata:

"Se existe duas ou mais maneiras de se fazer algo, e uma delas pode resultar em
uma catástrofe, alguém irá fazê-la"
(ou, em outras palavras: "Se algo pode dar
errado, vai dar"
).

Apesar de achar que Murphy era um desocupado mesmo, acho que além disso ele foi esperto. Vejam como é interessante que o cara ficou famoso apenas por identificar um padrão que todos os indivíduos da sociedade já conheciam. As pessoas tinham essa informação guardada mas não sabiam como defini-la.

Quantas pessoas já fizeram isso? Quantos têm seus nomes marcados na história apenas por dizer o que todos já sabem? Ele mereceria realmente tanto crédito assim? E por que eu faço isso direto e ninguém me dá a mínima importância?

É... parece que a Lei de Murphy se prova verdadeira mais uma vez para mim...

Ray passou a tarde toda pesquisando sobre essa Lei.
Ray é mais desocupado do que Murphy um dia será.
Murphy está morto.

1 de setembro de 2006

Aqueles versos...

Estava lá, parado, pensando em como estava ou deveria estar quando avistou aqueles versos. A quanto tempo não os via? Sua memória lhe indicava algo em torno de seis meses atrás mas ao seu ver parecia que fora escrito dez anos à frente. Nunca tinha notado o quão alta era a sua profundidade.

Versos, hoje, pareciam-lhe estranhos. Não poderiam ter sido escritos de tal forma por alguém de idade tão reduzida, ou talvez podiam. Tamanha pureza o transmitiu que quase chorava sozinho sobre a agenda que guardava aquelas palavras. Somente ele ali sabia o que significavam. Somente ele podia ver tal beleza.

Talvez pelo fato da responsabilidade daquele poema estar consigo. Ele se arrependia de ter esquecido sua obra que viria a ser tão preciosa após todo aquele tempo que se passou. No silêncio ele guardou-os no coração mais uma vez e com a promessa de que nunca mais os esqueceria. Pelo resto do dia, eles ficaram ecoando em sua mente o inspirando a produzir mais e mais...

Como é bom poder escrever!
Correr o lápis pelo papel
E ver ali surgindo
Um pedaço do que se é.