20 de maio de 2006

Inspiração...

Acho que a pior fase de qualquer artista é a fase que eu chamo de ' desgaste inspiracional' que é quando ele tem vontade de criar mas não consegue inspiração para dar forma ao projeto. Eu cheguei a comentar isso com algumas pessoas que eu conheço pessoalmente. Mas ao contrário da maioria desses artistas eu crio falando justamente da falta de assunto.

E o que me inspira a fazer isso? Não sei. Eu gostaria de estar escrevendo sobre a minha vida, sobre amores não correspondidos, momentos felizes... mas não posso. Minha vida é muito chata, fica monótono ler sempre que um cara está desiludido, e os momentos felizes estão meio raros esses dias.

Se alguém se lembrar ou tiver coragem de procurar nos arquivos do blog vai ver que não é a primeira vez que acontece isso comigo. Da última vez acabou surgindo o texto 'Divagação' que até hoje eu considero um dos melhores textos meus. E foi sem inspiração nenhuma, apenas começei a escrever sem motivo algum.

Pena não poder escrever aqui falando sobre algo interessante como 'O Código Da Vinci' (livro muito bom que eu quero ler e filme mal-feito que eu pretendo assistir) ou o último fim de semana em São Paulo (que eu ainda acho que teve dedo de político no meio). Hoje, eu quis variar e escrever esse texto metalinguístico que, com certeza, não vai superar o último texto. E nem quero que isso aconteça! Pois esse texto não tem inspiração, nem motivo para existir.

11 de maio de 2006

Pelos olhos de uma criança...

Hoje eu fui mais cedo para a reunião com a psicóloga do colégio, algo como uma hora antes. Quando cheguei na escola foi na mesma hora que tocava o sinal para os alunos do ensino fundamental, por volta do 2º ano (ou 3ª série para quem ainda não se acostumou), sairem de suas pequenas salas para o intervalo.

Fiquei ali procurando me identificar com algum daqueles garotos que corriam de um lado para o outro do pátio. Comecei então a me lembrar de como era ver pelos olhos de um garoto naquela idade: não importava de onde os meus colegas eram, não importava que usavam... A única coisa que importava para mim em uma pessoa era se ela era mais rápida que mim durante a brincadeira de pega-pega.

Dirijo meus devaneios para o atual momento: 3º ano do Ensino Médio. Tenho bastantes amigos legais mas também conheço colegas que só interagem com pessoas que usam acessórios de grife e que só falam comigo para pegar cola durante a prova de Física. O colégio se transforma a cada dia em uma passarela de moda onde só anda quem vem de bairros 'ricos' e tem pais que têm algum tipo de ligação com o dono da instituição para conseguir desconto.

Meus pensamentos foram interrompidos por um casal de alunos correndo ao meu redor, parecia-me que um estava atrás do outro que me usava como 'esconderijo'. Eu sentado num banco e chegou uma menina e pediu pra eu cuidar das coisas dela enquanto ela ia brincar. Olhei para o rosto dela que demonstrava tanta alegria por poder finalmente fraternizar com os amigos e disse: 'Vai tocar'. E nesse exato momento, o som ensurdessedor do sino tentou tirar o sorrizo daquela menina que ria pelo fato de eu ter acertado a hora. Mas ela foi para sua sala, ainda feliz por mais um dia brincando e aprendendo a viver.

Ray está nostálgico esses dias.

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PS: Antes que alguém venha me aperrear o juízo, a reunião com a psicóloga é apenas uma questão de Orientação Profissional, ainda não achei uma psiquiatra que concorde em me ter como paciente.