8 de julho de 2008

Oração de Sofrimento...

Senhor

Antes de mais nada Te agradeço por tudo que passo. Agradeço pelas alegrias que já me deste. Agradeço pelas tristezas que também me deste, para que eu conhecesse a alegria.

Pai

Sei que as batalhas dessa vida também vêm de Ti. Mas por quanto tempo ainda tenho que lutar? Estou cansado, estou ferido, estou sujo da lama que me cerca, que me encobre, que me faz sentir parte dela. Sinto a chuva que cai no meu rosto escorrer, misturando-se às lágrimas que a mim pertencem.

Oh Deus

Tu que me escutas mais do que o papel que me sente. Tu que sempre foi mais pai que o meu. Tu que sempre esteve lá para me ajudar sempre que eu não merecia. Peço-Te que me dê a única coisa que me acho digno de pedir: a força para continuar a batalha que eu sei que Tu já me garantiste a vitória.

Dê-me forças para lutar. Dê-me sabedoria para saber como enfrentar os meus inimigos. Dê-me ousadia para dar o melhor de mim. Dê-me o ar para que eu não me sufoque em meio às lágrimas. Dê-me a coragem para fazer crescer a Tua presença em mim. Mostre-me a morte, para que eu reconheça a vida.

Em nome do Teu Filho,
Amém

4 de julho de 2008

Há muito tempo...

Há muito tempo, decidi não me apaixonar mais. Decidi que eu não quero sofrer, não quero mudar, não quero sentir aquele aperto chato no estômago toda vez que vir alguém que, no final das contas, não merece.

Há muito tempo, decidi não escrever poemas. Poesias, a palavra simplesmente pela beleza, efeitos sonoros e fonéticos, ainda me são éticos. Prosas poéticas. Mas o texto em verso me foi proibido por mim mesmo.

Talvez um marco, talvez um ato de maturidade. Mas de vez em vez eu sinto falta disso. Sinto falta de sofrer, sinto falta de escrever. Sinto-me maltratado a cada linha que não vejo. Sinto-me culpado de cada amor que não desejo.

Há muito tempo, decidi apenas escrever poemas quando voltar a me apaixonar. Prometi-me que quem merecesse seria a dona dos meus versos. Confesso que tentei quebrar a promessa. Não consegui. No papel, apenas surgiram lágrimas, nascidas da minha visão molhada.

Há muito tempo, carrego a dor de ter fugido da dor.