3 de janeiro de 2006

Paixão ou Amor???



Muita gente confunde paixão com amor, até porque eles andam sempre próximos. Eu gostaria de conseguir diferenciar na prática esses dois. Na teoria eu sei o que cada um significa, mas conhecimento sem a prática não é muita coisa. Eis o que eu sei:

Paixão é um sentimento por uma pessoa que nos faz mudar o nosso jeito de viver por uma outra pessoa. Muitas vezes é passageira, como uma chuva de verão. É loucura, a qual nós supervalorizamos sem a mínima necessidade. É fogo em palha.

Amor nos faz gostar dessa pessoa independente de quem nós somos ou de quem ela é. É um dilúvio em nossos sentimentos e na nossa vida. Na maioria das vezes nós não damos a importância necessária para manter-lo vivo. É fogo que arde sem se ver.

Nossas vidas seriam menos bagunçada se soubéssemos diferenciar e, assim, usar esses sentimentos a nosso favor. Porém uma vida sem as surpresas do coração seria muito tediosa, e o ciclo vital sem sentido. Falando nisso, gostaria de compartilhar um poema que mostra isso muito bem. Ele é meio grande mas vale a pena ler.

Se se morre de amor
de Gonçalves Dias

Se se morre de amor! - Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!

Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d'amor arrebentar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes ao morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração - abertos
Ao grande, ao belo, é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito, a imensidade
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores,murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!

Amar, é não saber, não ter coragem
Pra dizer que o amor que em nós sentimos;
Temer qu'olhos profanos nos devassem
O templo onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis d'lusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!

3 comentários:

  1. O que acontece é que nos prendemos tanto ao fato de gostar de alguém que esquecemos de pensar no que realmente sentimos. :(

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  2. pow cara.. vou te passar um tetxo sobre isos no msn é grande d+ pa falar aq.. a respeito do natal nmo primeiro de janeiro... o calendario é do nascimento de jesus e nao da estação do ano! >.<"
    tanto faz se diz q era outubro ou nao.. o dia um do calendario é teoricamente o dia q jesus nasceu

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  3. Eu já falei uma vez sobre isso.
    E lembro que em alguma prova da vida (vestibular ou simulado, não lembro) havia um texto que falava EXATAMENTE sobre esse questionamento.
    Enfim, o amor é foda e a paixão é quem fode. :(
    Se eu achar eu te passo.

    ps: Viciei de ler e comentar aqui! o.o
    ps2: Posso continuar?
    ps3: Sim sim. Não tenho nada o que fazer.
    ps4: Não ria! -.-

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