16 de novembro de 2007

Epitáfio...

Alguns começariam esse texto com "Eu devia ter feito isso" ou algo assim. Não acredito nisso. Minha vida foi exatamente como eu queria, o que eu quis fazer eu fiz, e se não fiz não me entristece. Porque todos os momentos da minha vida foram preparações para os momentos seguintes, fossem eles felizes ou não.

Não quero ninguém chorando. Não estou infeliz agora e vocês não deveriam estar. Se lágrimas rolam, que sejam de alegria por mim. Agora meus sonhos são realidade, a minha realidade. O amanhã será sempre presente, e o presente nunca passará.

Espero ter atingido as suas expectativas. Espero ter sido um bom filho, um bom amigo, um bom companheiro, um bom pai. Apesar de sempre fazer as coisas na média, tentei manter minha média a mais alta possível. E espero que todo esse tempo que Deus me manteve vivo sirva de exemplo para alguém.


Ray quer que leiam isso em seu funeral.
Ray NÃO quer se matar!

26 de outubro de 2007

Reinos...

Às vezes penso em desistir. Não sei se isso seria o certo, não sei se o faria certo. Mas o status quo está muito difícil de suportar. Me ensinaram que não se consegue servir a dois reis ao mesmo tempo, e agora pedem que eu faça exatamente isso só que muitos rei. Cada um querendo um pedaço cada vez maior desse grande bolo que minha vida parece ter se tornado.

Talvez eu deva desistir, chutar cada um dessas figuras monárquicas monopolizadoras bem no meio da bunda para muito longe. Não ter que servir a nenhum reino. Vagar em meio a eles e a muitos outros para conhecer o que há de melhor em mim e os meus próprios limites. E nesse território vazio, sem castelos ou coroas, eu possa construir o meu próprio reino.

Não! Não desistirei! Não faz parte de minha natureza. Sei meus limites: não os tenho. E em meio a essa guerra eu criarei o meu Estado. Construirei muros altos com portões fortes para só deixar entrar quem eu quiser proteger, aqueles que realmente estão feridos, cansados, desse conflito. E no final, olharei nos olhos de cada um daqueles reis que ainda me rodeam, querendo derrubar os muros e conseguir de volta o que perderam. Eles são tão inúteis que nem podem se unir.

É provável que eu não consiga. Morrerei tentando. E talvez minha morte inspire alguém a ser um bom rei de si mesmo.


Ray quer ser rei.

12 de outubro de 2007

Sorriste...

Quando eu te vi, tu sorriste pra mim.

Meu coração parou, um longo silêncio se fez meu ser, irritante, obstante, distante, de ti. Não sei por que isso me tocou tão profundamente, em minha mente, que mente me dizendo que sabe o porquê. E mesmo não sabendo, não quero saber. Que honra há em destruir tal momento com apenas pensamentos a seu respeito?

Sorriste pra mim quando eu te vi.

Não falaste nada, não falei nada. Nada tínhamos para nos falarmos. Apenas nossos olhares se encontraram com o único propósito de fazer surgir aquele belo fenômeno, ainda pouco conhecido entre nós, que nos envolveu no véu do seu brilho celestial.

Vi-te sorrindo para mim.

Sorri de volta? Não lembro. Já não mandava mais em mim. Assim, se sorri não senti. E se não sorri, deveria, então teria retribuído aquele lindo gesto que me passava tantos sentimentos e eu não soube reconhecer nenhum.

Sorriste pra mim, eu vi.

Uma pena que tenha sorrido para a pior pessoa possível. Terrível pesar devo ter feito-te passar. Não deverias ter sorrido para alguém tão estúpido que ficou inerte pelo resto da noite. Apenas vendo o teu sorriso partir.

Mas prometa-me uma coisa: não deixarás de sorrir.

29 de setembro de 2007

Ninguém é perfeito...

Tudo bem! Todo mundo sabe disso. Escrever a respeito disso é chover no molhado. Mas por que vocês esperam perfeição nos meus textos? Por que vocês ainda esperam qualquer perfeição? Se a perfeição é um patamar inatingível por qualquer ser humano, o que os leva a pensar que ele achará vocês, assim de bandeja?

Não devemos esperar por perfeição em nada. Devemos, sim, buscá-la em tudo fizermos. Assim, mesmo que não alcancemos, teremos chegado o mais próximo possível.

Entretanto, poucos assim o fazem. Ainda espera-se pela pessoa perfeita, pelo momento perfeito, para fazer a escolha perfeita... Quem espera a perfeição nunca a terá.

Mas não os culpo: Ninguém é perfeito.

21 de setembro de 2007

Um sonho...

Um dia eu tive um sonho. Sonhei que era feliz, reconhecido, e tinha dinheiro, não muito, apenas o suficiente para não dever a ninguém. Estava cercado de amigos, com os quais eu me divertia. Como era boa aquela sensação.

Quando menos esperei eu acordei. Percebi que aquilo era um sonho, não era real.Mas eu percebi também que não era tudo ilusão. Eu era feliz, tinha amigos.

Assim, vi algo ainda mais importante: aquele sonho podia virar realidade. Trabalho duro pra isso desde então.



Ray dorme acordado.
Ray acorda dormindo.

14 de setembro de 2007

Batalhas e lágrimas...

Não vou chorar. Não darei esse prazer a todos que me querem o mal, nem essa decepção àqueles que me querem bem. Não! Seguirei sempre em frente de cabeça erguida e com um grande sorriso estampado para que todo mundo veja que não estou lutando em vão.

Luto. Luto por aqueles sentimentos que morreram, que se perderam, os quais só restaram em nossas memórias e em poucos corações que também estão em luto.

Luto. Luta essa que vai deixar toda a dor que eu já presenciei pra trás para que eu possa conhecer a verdadeira felicidade. Porque ninguém pode dizer que conheceu a verdadeira alegria se nunca conheceu a verdadeira tristeza.

E quando a dor estiver longe, para trás nesse longo caminho percorrido, eu poderei finalmente chorar as lágrimas que tanto segurei, até então de sofrimento, e a partir daí de alívio. Terei chegado um pouco mais próximo do meu objetivo nesse caminho, que talvez nunca alcance. Ainda assim poderei dizer que minha luta não foi em vão.



Ray está de luto.
Ray está na luta.

6 de setembro de 2007

Textos e textos...

Há tanto tempo que escrevo. Há algum tempo desde que comecei a passar para o papel o que penso, e tenho continuado desde então. Não continuamente, mas pacientemente e firmemente. Nunca importei-me se estava certo ou errado, isso sempre foi-me irrelevante.

Alguns me dizem que escrevo bem. Outros dizem que um autor nunca gosta realmente da própria obra.

Só acho que não sou tão diferente de ti, quem está lendo. Apenas escrevo... e escrevo. Se meus textos são bons, são simplesmente pelo fato de que eles estão aqui, expostos para o mundo ver. Eles de nada servem enquanto estão guardados em cadernos, em gavetas.

Não somos tão diferentes. Apenas nesse momento o texto é escrito por mim, enquanto em outro o texto pode ter sido escrito por ti.



Há tempo que Ray escreve.
Faz tempo que Ray não escreve bem...

31 de agosto de 2007

Estresse

Liga.
Desliga.
Vai.
Vem.
Corre.
Senta.
Levanta.
Atende.

Espera! To ocupado!


Ray tá tão ocupado que não conseguiu escrever algo decente.

22 de agosto de 2007

Ali estava...

Talvez seja por falta do que fazer. Ou ainda de coragem para procurar o que fazer. Mas estava lá. Sabia apenas que era para estar onde no momento se encontrava. Nada o tinha dito, nem afirmando ou negando, apenas sabia. Sabia tanto que não hesitou em permanecer lá. O lugar era aquele, o momento que era incerto. E na certeza da incerteza, esperou.

Melhor sentar, talvez demorasse. Quem sabe já não passou ou ainda nunca chegue. O lugar era aquele. Aqueles sons, aquelas cores refletidas em cada um daqueles objetos, sendo alguns estupidamente expostos e outros inteligentemente. Cada uma daquelas informações era preciosa. Não sabia por que, mas se era pra estar lá, lá estava.

E demorou. O boné já estava baixo, os braços cruzados em proteção ao vento e ventas suspeitas, os olhos fechados, a respiração devagar. Nada mais pensava, ou talvez pensava mas não sabia. Confortado estava por saber que estava lá, esperando o incerto momento certo.

E lá ainda espera.

2 de junho de 2007

Minimalismo...

Jarros amarelos que une espécies lindas.
Inúmeras novas ensolaradas tardes.
Estradas aceleradas.
Meias origens.

26 de maio de 2007

Piratas e toalhas...

Pena não ter um dia como esses o ano todo.

Pra começar, à meia-noite eu já estava no cinema assistindo a obra-prima cinematográfico que é Piratas do Caribe 3. Sério mesmo. Cenas que te fazem rir muito, na medida certa com cenas que te prendem a atenção e o fôlego por minutos. O filme é tão bom que merece todo esse parágrafo para que eu fale que foi muito bem produzido, atuado, filmado, e escrito. Quase não consegui dormir depois da sessão pensando no filme.

E por falar em bem escrito. Hoje foi um dia de homenagem ao hilário escritor inglês Douglas Noel Adams - conhecido como DNA, né legal? -, sua obra mais conhecida é O Guia dos Mochileiros das Galáxias. Fiquei sabendo dessa homenagem através de Breno Burrego no Fórum N-Planet a alguns dias atrás. A homenagem, chamada Dia da Toalha, consiste em passar o dia com uma toalha em sua posse, imitando o personagem Ford Perfect do Guia.

E eu passei o dia no shopping com a minha toalha verde-limão!!! Por que eu nunca pensei nisso??? Foi bastante proveitoso. Só não gostei porque só tinha eu e meu amigo de aventuras, André, todos os outros esqueceram a toalha. Malditos. Mas próximo ano não tem desculpa. Vai virar tradição entre os Nerds da cidade de Natal!

Agora eu to com sono. Vou dormir.

18 de maio de 2007

Tu e minha poesia...

Como eu gostaria de te conhecer. Saber quem e como tu és, para poder assim escrever um lindo poema sobre e para ti. Mas talvez não gostarás do que eu escreva, talvez não tenha a qualidade que eu gostaria de dedicar a ti.

Leio os meus textos antigos, quanta beleza eu já conseguir trazer para o papel, quanta beleza eu consegui escrever em minha mente, e quem sabe o quanto eu deixei onde está agora para que ninguém veja. Egoísmo? Não. Carinho e proteção. No quero que acabes rasgando o papel no qual eu, como o dever de todo poeta, derramei o meu coração. Obras que com tanto afeto se formaram que não podem simplesmente desaparecer.

Pelo contrário. Estão guardadas onde podem ser esquecidas. Não estão cumprindo o dever delas, infelizmente, mas têm o fim que merecem. Aos poucos elas somem. Podem dizer que elas estão se acabando e deteriorando. Eu digo que elas estão do mesmo jeito que eu a deixei. Conservadas onde somente Deus pode apreciá-las e somente Ele pode, aos poucos, levá-las para Ele, e Ele o faz.

Queria te conhecer. Queria poder escrever para ti como um dia escrevi para outrem.


Ray ainda procura.
E espera que o procurem.

11 de maio de 2007

Semana(s) Produtiva(s)...

Antes de mais nada, quero me desculpar por não ter escrito nada semana passada. Aliás, sei nem o porquê de eu estar fazendo isso, uma vez que eu não devo satisfação a nenhum de vocês, meia-dúzia de pseudo-leitores desse blog. E mais, semana passada eu estava muito bem, obrigado.

No último final de semana, ocorreu aqui em Natal o Festival MADA, o principal festival de música por essas bandas (trocadilho feio), que dura 3 dias, dos quais eu só compareci a um para assistir ao show da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju. Digo sem medo que foi o segundo melhor show da minha vida, perdendo apenas para o da Walmondes. Dancei tanto que o fresco do meu joelho está inchado até agora. E já que a banda é era pouco conhecida aqui na cidade, consegui tirar uma foto com o vocalista, que andava despreocupadamente pela platéia antes do show.

O resto dessas duas semanas foi, digamos, interessante. Ocorreu a segunda bateria de provas da faculdade. Houve também uma frustrada tentativa de ir ao cinema assistir ao filme Emo-Aranha Homem-Aranha 3, mas que me deu a oportunidade de conhecer gente nova. Hoje mesmo teve uma reunião da Walmondes (fãs, esperem por músicas novas o/). E por ae vai.

Não estou com saco de escrever um daqueles textos bonitos que vocês, meia-dúzia de pseudo-leitores, estão mal-acostumados. Talvez semana que vem, se a próxima semana for mais produtiva ainda ou menos cansativa.


Ray realizou um dos seus pequenos sonhos essa semana.
Ray teve um pesadelo hoje.

27 de abril de 2007

Novas Divagações...

Mais uma vez volta a escrever. Perdera a vontade e o jeito para isso, talvez pela longa abstinência que, forçadamente, submeteu-se.

Triste? Sem dúvidas. Mas não demonstrava para as pessoas ao redor o quanto sofria por não ter produzido mais nenhum texto decente. Dessa vez não foi diferente. Também não podia culpar-se, não tinha inspiração nem tempo livre. A faculdade o sugava todas as energias.

Ergue a cabeça e observa seus colegas e amigos resolvendo exercícios enquanto para ele o tempo não pára. Não tenta mais se encaixar a detalhes como tempo e espaço. Sua única preocupação agora é escrever.

Mais uma vez volta a escrever. Triste. Por não conseguir se encaixar.


Ray está triste?
Que piada!

13 de abril de 2007

Verborréia...

Tanto pra te falar, tanto para te mostrar, ou aprender. Tantas coisas eu pude fazer, e todas as oportunidades possíveis me apareceram. Mas não consegui. Fiquei parado, apenas olhando, mesmo sabendo que aquela linda visão desapareceria para sempre se eu não fizesse nada.

Tanto para dizer. Mas o silêncio perdurou naquele momento. Nem tento achar uma explicação para aquela situação. O tempo parava para mim, infelizmente por pouco tempo. Foste para longe, onde não pude mais te ver.

Tanto tinha pra te dizer. Não te disse. Guardei para um improvável futuro que cada vez mais mostra-se mais difícil de acontecer. Cada vez mais distante, e distante, e além. Além do mais, eu não te conheço, tu não me conheces, porque eu não consegui falar contigo.

Guardei comigo cada palavra. Quando pude, escrevi. Escrevi tudo o que pude como numa diarréia anafórica de palavras. Escrevi. Pus no papel tudo o que quis te dizer. O sábio papel sabe o que era, e possivelmente somente ele o saberá.

Escrevi tudo o que tinha para te dizer. E não disse. Nem ao menos te mostrei o texto. Tu não verias utilidade em tantas palavras para dizer apenas uma coisa. Uma verborréia, isso o que escrevi.

Apenas escrevi.

31 de março de 2007

Anarquista sim, e daí???

Algumas pessoas me indagaram recentemente sobre o porque de eu ter escolhido o Anarquismo como minha doutrina social favorita. Eu aproveitarei o espaço do blog pra tirar algumas dúvidas a respeito dessa doutrina.

O Anarquismo Cristão - minha vertente preferida - tem como base os ensinamentos de Jesus e diz que a única autoridade verdadeira é a de Deus. Todas as outras não tem sentido existirem, inclusive a Igreja enquanto instituição corrompida e denunciada no livro do Apocalipse.

Segundo, o anarquismo não significa ausência de Leis. As Leis existem mas a diferença é que o poder de cumpri-las não está concentrado em uma pessoa ou instituição, e sim em todas os indivíduos da sociedade.

Permita-me apresentar pequena metáfora sobre o mundo capitalista e o anarquista:
Estamos num mundo capitalista. Eu acabei de fazer um bolo. Aí alguém me pede pra comer do bolo, e eu como uma pessoa caridosa dou um pedaço do bolo. Mas como o bolo é meu, gastei tempo e dinheiro com ele, eu não vou dar mais pedaços pra ele e ficar com fome.
Então ele aprende a fazer bolo e faz um melhor que o meu. Eu sei porque ele me deu um pedaço. Pedi mais um pedaço e ele, assim como eu, não me deu. Mas como um bom capitalista que ele é, disse que eu teria que pagar se eu quisesse mais.
A partir daí ele exerce um poder econômico sobre mim. Me deixando as escolhas de comer meu bolo medíocre ou pagar pra ele me dar um pedaço. Assim ele lucra e cresce sozinho, e pior, em cima da minha gula.

Como isso aconteceria numa sociedade anarquista:

Eu fiz um bolo. Se alguém me pede um pedaço do bolo eu não o dou, eu tive muito trabalho com ele pra sair distribuindo. Mas me disponho a ensinar a ele como fazer o bolo. Assim ele se beneficiaria com o próprio trabalho.
Se ele algum dia fizer um bolo melhor que o meu, eu peço pra ele me ensinar a melhorar o meu bolo como ele melhorou o dele. E manteríamos esse sistema crescendo juntos até o bolo perfeito (o que nunca vai acontecer, tem sempre algo a melhorar), sem ninguém pisar em ninguém, sem ninguém mandar em ninguém.

Assim é o Anarquismo que eu acredito ser a melhor doutrina social. Infelizmente eu sei que isso é difícil de acontecer na atual situação do mundo, também não quero impor isso sobre ninguém. Entretanto, hoje em dia a idéia dos anarquistas tem se entrelaçado entre a sociedade sem ninguém perceber. A distribuição de música pela internet, o sistema Wiki, os próprios blogs - ninguém manda em mim no meu blog, os colégios abertos pra ambos os sexos. Tudo isso tem base no Anarquismo.

Espero ter esclarecido algo.

Ray é tão anarquista que é quase um hippie.
Paz e amor, bicho.

23 de março de 2007

Um Presente...

"Um texto", ela disse. Ele queria dar um presente a ela, mas não sabia o que. Não foi abençoado com riqueza material, nem com habilidades extraordinárias em fazer presentes do jeito que ela merecia.Talvez realmente escrevesse um texto. Podia ser realmente a única coisa interessante para o momento.

Um texto sobre o valor que aquela amizade tinha alcançado, quem sabe ainda mais do que ele imaginava. Sobre os poucos momentos passados juntos, mas que foram tão especiais pra ele. E os momentos em que estiveram distantes e que talvez sejam tão preciosos quanto os outros.

Ou talvez não escreva. Talvez ele continue se deixando dominar pelos sentimentos de medo e temor pelo que significava escrever: "Derramar o seu coração no papel", como ele sempre disse. Acha que nunca mais conseguiria escrever.

Um dia ele escreverá. Se ela lerá, isto não responderei pelo simples fato de realmente não saber. O futuro é tão maravilhoso quanto todo esse tempo que já passou. Ela sabe disso, e ele sabe.

Precisa ter frase hoje?

16 de março de 2007

Lembra-te?

Será que tu lembras daqueles momentos? Será que eles ainda vagam em teus pensamentos assim como vaga pelos meus? Lembra-te do que eu perguntei na ocasião e que tu não respondeste sim ou não? Talvez te lembras. Ou talvez virou um fantasma que teima em me assombrar, que não me dá sossego e insiste em me lembrar.

Em pensar que foi a tanto tempo, já deveria se encontrar no mar do esquecimento, afogando-se em meio a tantos outros pensamentos agora inúteis. Desde aquele tempo eu mudei, acho. Também tu mudaste teus passos. Se mudamos para melhor eu não sei, mas aqueles momentos, nunca os esquecerei.


Ray gostaria de dedicar esse texto a uma pessoa.

Mas ele se esqueceu quem.

2 de março de 2007

Em minha parede...

Lá encontra-se uma foto tua. Mesmo após tanto tempo ainda a tenho. Mesmo que já não haja mais nada para provar a ninguém, não há nada mais a fazer. O que aconteceu, aconteceu. Agora já não existe mais nada, nem em ti, nem em mim.

Ainda assim aquela tua foto continua pendurada em minha parede. Não sei por que, talvez nunca saberei. Mas entenda, eu sei que tu sabes que ela não significa tanto assim pra mim. Ela esconde uma pequena ferrugem que teima em não melhorar.

Nada mais a acrescentar. Não te devo explicações, não mais.

Ray não tem nenhuma foto na parede do quarto.
Mas o quarto tem quatro paredes pra colocar foto.

25 de fevereiro de 2007

Loucura...

Interessante o fato das pessoas julgarem as ações de outra pessoa. Parece tão fácil dizer o que é certo ou errado. Mas as pessoas julgam segundo sua própria cabeça. Nem ao menos se importam Detalhe do quadro Locos en el manicomio, de Francisco Goyao que se passava na cabeça do julgado.

"O que você fez? Por que você fez? Não sabia que isso poderia acontecer depois? Está louco?" E se o sujeito não estava louco? E se na verdade as pessoas estão loucas ao não ver que ele pode estar certo.

Alguns do seres humanos mais inteligentes foram considerados loucos. Uma lista grande poderia ser colocada aqui. Mas mais tarde o reconhecimento os alcançou, tarde demais para alguns.

O fato é que a insanidade não está em um ou outro indivíduo em meio a tantos outros, mas nesses outros que se acostumaram a suas vidas chatas, medianas e sem vida. E ainda por cima reclamam disso tudo: não são loucos de se arriscarem a melhorar - têm medo que piore.

Louco que é louco, acha que não é louco.
Ray não é louco. Eu acho o contrário.

16 de fevereiro de 2007

Perdido...

Encontramos aquele jovem mais uma vez. Parece confuso. Olha de um lado pro outro ainda tentando entender aonde se encontra perdido. Não dormiu direito nas últimas noites, seus olhos ainda teimam em fechar e sua boca ainda teima em abrir, seja esta pra mostrar cansaço, seja pra mostrar estupidez.

Ainda confuso, procura por um rosto conhecido que possa ajudá-lo. Em vão. Todas as faces que encontra apenas têm estampadas expressões de pena e acusação, e até mesmo perseguição. Ele não entende o que fez para que todos o vejam assim.

Ele, então, pára de tentar compreender o que está acontecendo. Resolve aceitar o que Deus está lhe oferecendo sem mais perguntas. Essas lhe parecem inúteis agora. Talvez mais tarde ele saiba onde, como e por quê de estar ali.

O ônibus chega. Ele pega seu caderno e volta pra casa.

Ray queria escrever algo engraçado aqui.
Perdão.

9 de fevereiro de 2007

Os Reis

Antes de voltar a colocar textos de minha autoria aqui, gostaria de homenagear um amigo que deixou o ramo dos blogs a algum tempo e cujo link mantive nesse blog até o ano passado na esperança de um dia ele voltar. Não aconteceu, apesar de meus protestos. Mas hoje posto um dos que na minha humilde opinião foi um de seus melhores textos.

Os Reis

por Felipe Terra

"O que é a vida?", eles se perguntavam.

Estavam os homens, todos eles, elevados sobre o mais imponente monte daquela região. Se os deuses que eles diziam acreditar eram verdadeiros, então aquele lugar havia sido abandonado por estes. A pálida, congelada planície desaparecia subitamente; em seu lugar se encontravam somente as elevações quase fatais que atingiam o céu, e subia provavelmente até a eternidade, até o fim do espaço.

Frio é o que os seres normais e mortais sentem. Aqueles homens - elevados sobre o mais imponente monte daquela região - sentiam uma petrificante fórmula que une o frio gélido e mortal, com o medo, a desilusão, e a mais terrível depressão. A neve que caía forte era apenas detalhe: nunca os atrapalhou, nunca iria atrapalhar.

Ali, elevados sobre o mais imponente monte daquela região, estavam os homens, todos eles. Suas cordas vocais agitavam-se melancolicamente e emanavam gigantescas canções, e suas mentes imaginavam e simulavam tragédias e mortes, festas e vitórias, sorrisos e terror. Eram um cântico tão antigo quanto aqueles homens, de uma época há muito esquecida.

Nunca ninguém saberá o que essas canções dizem. Havia palavras heróicas de guerreiros que monstros derrotaram; havia lástimas de donzelas que gritavam socorro para seus príncipes, mas estes não existiam; havia clássicos contos de fadas e divertidas histórias de piratas aborrecidos. Mas ninguém ainda nunca saberá o que dizem essas canções.

Suas vozes cada vez mais fracas, seus pulmões respirando o frio ar pobre em oxigênio, suas mentes cada segundo mais distantes... Eles relembravam vitórias antigas, relembravam tempos de poder e glórias, relembravam as últimas palavras de suas mulheres que mortas foram em seus braços, os gritos agonizantes de seus filhos. Eles relembravam tudo isso e, cantando sua canção, continuavam a relembrar.

Trocavam olhares suspeitos. Seus rostos já eram cobertos de neve, suas expressões cadavéricas, sua pele pálida... Caminhavam poucos passos e ficavam um de frente ao outro, seus olhos refletindo a visão da sua própria desgraça.

Lançaram a última pergunta: "o que é a vida?".

Mas antes que a resposta chegasse, eles visualizaram suas grandes cidades, seus grandes feitos, as monumentais estátuas e as encantadoras mulheres sem igual. Visualizaram os heróis de sua infância. Eram fantasmas agora. Visualizaram os continentes conquistados, os reis dominados, os traidores eliminados. Visualizaram a supremacia de sua raça, a tirania de sua mente, a alegria de seu passado. Visualizaram todos os feitos notáveis.

Fim da canção.

E descobriram a resposta.


Obrigado Terra!!! Espero que um dia você volte à vida bloguística - se é que esse termo existe.


Felipe Terra é hoje um colunista de um portal sobre video-games.
Ray é hoje um frustado escritor de blogs.

2 de fevereiro de 2007

Começa a Temporada 2007

Bom, pessoal. Depois de merecidas férias de um mês - o que não é muita coisa uma vez que foram só 4 semanas sem postar - o Pensamentos de um Skywalker está de volta com suas postagens semanais.

Antes de mais nada, gostaria de chamar vossa atenção para as mudanças que o Blog sofreu. O arquivo agora ficou mais organizado, anexando os 'Pensamentos recentes', é uma delas. A seção 'Veja se puder' foi extinta, a partir de agora se eu quiser colocar algum link eu faço um button e coloco no final da coluna à direita. E a frase rotativa ali em cima foi reposicionada. Mas vocês não prestam atenção nisso mesmo.

Finalmente, uma adição muito bem vinda ao blog foi o sistema de tags implementada pelo Blogger.com que eu vou chamar de 'Sinapses'. Toda vez que eu colocar alguma série de textos ou que tenham uma considerável semelhança eu colocarei uma Sinapse para que vocês possam lembrar dos textos anteriores.

Daqui a pouco eu coloco um novo texto para que vocês, meia dúzia de pessoas que realmente lêem meu blog e ainda assim apenas quando eu peço, possam se entreter. Obrigado.

Foto tirada em um Shopping aqui de Natal.
Ray não tem dinheiro pra viajar. Ainda.