31 de março de 2007

Anarquista sim, e daí???

Algumas pessoas me indagaram recentemente sobre o porque de eu ter escolhido o Anarquismo como minha doutrina social favorita. Eu aproveitarei o espaço do blog pra tirar algumas dúvidas a respeito dessa doutrina.

O Anarquismo Cristão - minha vertente preferida - tem como base os ensinamentos de Jesus e diz que a única autoridade verdadeira é a de Deus. Todas as outras não tem sentido existirem, inclusive a Igreja enquanto instituição corrompida e denunciada no livro do Apocalipse.

Segundo, o anarquismo não significa ausência de Leis. As Leis existem mas a diferença é que o poder de cumpri-las não está concentrado em uma pessoa ou instituição, e sim em todas os indivíduos da sociedade.

Permita-me apresentar pequena metáfora sobre o mundo capitalista e o anarquista:
Estamos num mundo capitalista. Eu acabei de fazer um bolo. Aí alguém me pede pra comer do bolo, e eu como uma pessoa caridosa dou um pedaço do bolo. Mas como o bolo é meu, gastei tempo e dinheiro com ele, eu não vou dar mais pedaços pra ele e ficar com fome.
Então ele aprende a fazer bolo e faz um melhor que o meu. Eu sei porque ele me deu um pedaço. Pedi mais um pedaço e ele, assim como eu, não me deu. Mas como um bom capitalista que ele é, disse que eu teria que pagar se eu quisesse mais.
A partir daí ele exerce um poder econômico sobre mim. Me deixando as escolhas de comer meu bolo medíocre ou pagar pra ele me dar um pedaço. Assim ele lucra e cresce sozinho, e pior, em cima da minha gula.

Como isso aconteceria numa sociedade anarquista:

Eu fiz um bolo. Se alguém me pede um pedaço do bolo eu não o dou, eu tive muito trabalho com ele pra sair distribuindo. Mas me disponho a ensinar a ele como fazer o bolo. Assim ele se beneficiaria com o próprio trabalho.
Se ele algum dia fizer um bolo melhor que o meu, eu peço pra ele me ensinar a melhorar o meu bolo como ele melhorou o dele. E manteríamos esse sistema crescendo juntos até o bolo perfeito (o que nunca vai acontecer, tem sempre algo a melhorar), sem ninguém pisar em ninguém, sem ninguém mandar em ninguém.

Assim é o Anarquismo que eu acredito ser a melhor doutrina social. Infelizmente eu sei que isso é difícil de acontecer na atual situação do mundo, também não quero impor isso sobre ninguém. Entretanto, hoje em dia a idéia dos anarquistas tem se entrelaçado entre a sociedade sem ninguém perceber. A distribuição de música pela internet, o sistema Wiki, os próprios blogs - ninguém manda em mim no meu blog, os colégios abertos pra ambos os sexos. Tudo isso tem base no Anarquismo.

Espero ter esclarecido algo.

Ray é tão anarquista que é quase um hippie.
Paz e amor, bicho.

23 de março de 2007

Um Presente...

"Um texto", ela disse. Ele queria dar um presente a ela, mas não sabia o que. Não foi abençoado com riqueza material, nem com habilidades extraordinárias em fazer presentes do jeito que ela merecia.Talvez realmente escrevesse um texto. Podia ser realmente a única coisa interessante para o momento.

Um texto sobre o valor que aquela amizade tinha alcançado, quem sabe ainda mais do que ele imaginava. Sobre os poucos momentos passados juntos, mas que foram tão especiais pra ele. E os momentos em que estiveram distantes e que talvez sejam tão preciosos quanto os outros.

Ou talvez não escreva. Talvez ele continue se deixando dominar pelos sentimentos de medo e temor pelo que significava escrever: "Derramar o seu coração no papel", como ele sempre disse. Acha que nunca mais conseguiria escrever.

Um dia ele escreverá. Se ela lerá, isto não responderei pelo simples fato de realmente não saber. O futuro é tão maravilhoso quanto todo esse tempo que já passou. Ela sabe disso, e ele sabe.

Precisa ter frase hoje?

16 de março de 2007

Lembra-te?

Será que tu lembras daqueles momentos? Será que eles ainda vagam em teus pensamentos assim como vaga pelos meus? Lembra-te do que eu perguntei na ocasião e que tu não respondeste sim ou não? Talvez te lembras. Ou talvez virou um fantasma que teima em me assombrar, que não me dá sossego e insiste em me lembrar.

Em pensar que foi a tanto tempo, já deveria se encontrar no mar do esquecimento, afogando-se em meio a tantos outros pensamentos agora inúteis. Desde aquele tempo eu mudei, acho. Também tu mudaste teus passos. Se mudamos para melhor eu não sei, mas aqueles momentos, nunca os esquecerei.


Ray gostaria de dedicar esse texto a uma pessoa.

Mas ele se esqueceu quem.

2 de março de 2007

Em minha parede...

Lá encontra-se uma foto tua. Mesmo após tanto tempo ainda a tenho. Mesmo que já não haja mais nada para provar a ninguém, não há nada mais a fazer. O que aconteceu, aconteceu. Agora já não existe mais nada, nem em ti, nem em mim.

Ainda assim aquela tua foto continua pendurada em minha parede. Não sei por que, talvez nunca saberei. Mas entenda, eu sei que tu sabes que ela não significa tanto assim pra mim. Ela esconde uma pequena ferrugem que teima em não melhorar.

Nada mais a acrescentar. Não te devo explicações, não mais.

Ray não tem nenhuma foto na parede do quarto.
Mas o quarto tem quatro paredes pra colocar foto.