25 de fevereiro de 2007

Loucura...

Interessante o fato das pessoas julgarem as ações de outra pessoa. Parece tão fácil dizer o que é certo ou errado. Mas as pessoas julgam segundo sua própria cabeça. Nem ao menos se importam Detalhe do quadro Locos en el manicomio, de Francisco Goyao que se passava na cabeça do julgado.

"O que você fez? Por que você fez? Não sabia que isso poderia acontecer depois? Está louco?" E se o sujeito não estava louco? E se na verdade as pessoas estão loucas ao não ver que ele pode estar certo.

Alguns do seres humanos mais inteligentes foram considerados loucos. Uma lista grande poderia ser colocada aqui. Mas mais tarde o reconhecimento os alcançou, tarde demais para alguns.

O fato é que a insanidade não está em um ou outro indivíduo em meio a tantos outros, mas nesses outros que se acostumaram a suas vidas chatas, medianas e sem vida. E ainda por cima reclamam disso tudo: não são loucos de se arriscarem a melhorar - têm medo que piore.

Louco que é louco, acha que não é louco.
Ray não é louco. Eu acho o contrário.

16 de fevereiro de 2007

Perdido...

Encontramos aquele jovem mais uma vez. Parece confuso. Olha de um lado pro outro ainda tentando entender aonde se encontra perdido. Não dormiu direito nas últimas noites, seus olhos ainda teimam em fechar e sua boca ainda teima em abrir, seja esta pra mostrar cansaço, seja pra mostrar estupidez.

Ainda confuso, procura por um rosto conhecido que possa ajudá-lo. Em vão. Todas as faces que encontra apenas têm estampadas expressões de pena e acusação, e até mesmo perseguição. Ele não entende o que fez para que todos o vejam assim.

Ele, então, pára de tentar compreender o que está acontecendo. Resolve aceitar o que Deus está lhe oferecendo sem mais perguntas. Essas lhe parecem inúteis agora. Talvez mais tarde ele saiba onde, como e por quê de estar ali.

O ônibus chega. Ele pega seu caderno e volta pra casa.

Ray queria escrever algo engraçado aqui.
Perdão.

9 de fevereiro de 2007

Os Reis

Antes de voltar a colocar textos de minha autoria aqui, gostaria de homenagear um amigo que deixou o ramo dos blogs a algum tempo e cujo link mantive nesse blog até o ano passado na esperança de um dia ele voltar. Não aconteceu, apesar de meus protestos. Mas hoje posto um dos que na minha humilde opinião foi um de seus melhores textos.

Os Reis

por Felipe Terra

"O que é a vida?", eles se perguntavam.

Estavam os homens, todos eles, elevados sobre o mais imponente monte daquela região. Se os deuses que eles diziam acreditar eram verdadeiros, então aquele lugar havia sido abandonado por estes. A pálida, congelada planície desaparecia subitamente; em seu lugar se encontravam somente as elevações quase fatais que atingiam o céu, e subia provavelmente até a eternidade, até o fim do espaço.

Frio é o que os seres normais e mortais sentem. Aqueles homens - elevados sobre o mais imponente monte daquela região - sentiam uma petrificante fórmula que une o frio gélido e mortal, com o medo, a desilusão, e a mais terrível depressão. A neve que caía forte era apenas detalhe: nunca os atrapalhou, nunca iria atrapalhar.

Ali, elevados sobre o mais imponente monte daquela região, estavam os homens, todos eles. Suas cordas vocais agitavam-se melancolicamente e emanavam gigantescas canções, e suas mentes imaginavam e simulavam tragédias e mortes, festas e vitórias, sorrisos e terror. Eram um cântico tão antigo quanto aqueles homens, de uma época há muito esquecida.

Nunca ninguém saberá o que essas canções dizem. Havia palavras heróicas de guerreiros que monstros derrotaram; havia lástimas de donzelas que gritavam socorro para seus príncipes, mas estes não existiam; havia clássicos contos de fadas e divertidas histórias de piratas aborrecidos. Mas ninguém ainda nunca saberá o que dizem essas canções.

Suas vozes cada vez mais fracas, seus pulmões respirando o frio ar pobre em oxigênio, suas mentes cada segundo mais distantes... Eles relembravam vitórias antigas, relembravam tempos de poder e glórias, relembravam as últimas palavras de suas mulheres que mortas foram em seus braços, os gritos agonizantes de seus filhos. Eles relembravam tudo isso e, cantando sua canção, continuavam a relembrar.

Trocavam olhares suspeitos. Seus rostos já eram cobertos de neve, suas expressões cadavéricas, sua pele pálida... Caminhavam poucos passos e ficavam um de frente ao outro, seus olhos refletindo a visão da sua própria desgraça.

Lançaram a última pergunta: "o que é a vida?".

Mas antes que a resposta chegasse, eles visualizaram suas grandes cidades, seus grandes feitos, as monumentais estátuas e as encantadoras mulheres sem igual. Visualizaram os heróis de sua infância. Eram fantasmas agora. Visualizaram os continentes conquistados, os reis dominados, os traidores eliminados. Visualizaram a supremacia de sua raça, a tirania de sua mente, a alegria de seu passado. Visualizaram todos os feitos notáveis.

Fim da canção.

E descobriram a resposta.


Obrigado Terra!!! Espero que um dia você volte à vida bloguística - se é que esse termo existe.


Felipe Terra é hoje um colunista de um portal sobre video-games.
Ray é hoje um frustado escritor de blogs.

2 de fevereiro de 2007

Começa a Temporada 2007

Bom, pessoal. Depois de merecidas férias de um mês - o que não é muita coisa uma vez que foram só 4 semanas sem postar - o Pensamentos de um Skywalker está de volta com suas postagens semanais.

Antes de mais nada, gostaria de chamar vossa atenção para as mudanças que o Blog sofreu. O arquivo agora ficou mais organizado, anexando os 'Pensamentos recentes', é uma delas. A seção 'Veja se puder' foi extinta, a partir de agora se eu quiser colocar algum link eu faço um button e coloco no final da coluna à direita. E a frase rotativa ali em cima foi reposicionada. Mas vocês não prestam atenção nisso mesmo.

Finalmente, uma adição muito bem vinda ao blog foi o sistema de tags implementada pelo Blogger.com que eu vou chamar de 'Sinapses'. Toda vez que eu colocar alguma série de textos ou que tenham uma considerável semelhança eu colocarei uma Sinapse para que vocês possam lembrar dos textos anteriores.

Daqui a pouco eu coloco um novo texto para que vocês, meia dúzia de pessoas que realmente lêem meu blog e ainda assim apenas quando eu peço, possam se entreter. Obrigado.

Foto tirada em um Shopping aqui de Natal.
Ray não tem dinheiro pra viajar. Ainda.