26 de outubro de 2007

Reinos...

Às vezes penso em desistir. Não sei se isso seria o certo, não sei se o faria certo. Mas o status quo está muito difícil de suportar. Me ensinaram que não se consegue servir a dois reis ao mesmo tempo, e agora pedem que eu faça exatamente isso só que muitos rei. Cada um querendo um pedaço cada vez maior desse grande bolo que minha vida parece ter se tornado.

Talvez eu deva desistir, chutar cada um dessas figuras monárquicas monopolizadoras bem no meio da bunda para muito longe. Não ter que servir a nenhum reino. Vagar em meio a eles e a muitos outros para conhecer o que há de melhor em mim e os meus próprios limites. E nesse território vazio, sem castelos ou coroas, eu possa construir o meu próprio reino.

Não! Não desistirei! Não faz parte de minha natureza. Sei meus limites: não os tenho. E em meio a essa guerra eu criarei o meu Estado. Construirei muros altos com portões fortes para só deixar entrar quem eu quiser proteger, aqueles que realmente estão feridos, cansados, desse conflito. E no final, olharei nos olhos de cada um daqueles reis que ainda me rodeam, querendo derrubar os muros e conseguir de volta o que perderam. Eles são tão inúteis que nem podem se unir.

É provável que eu não consiga. Morrerei tentando. E talvez minha morte inspire alguém a ser um bom rei de si mesmo.


Ray quer ser rei.

12 de outubro de 2007

Sorriste...

Quando eu te vi, tu sorriste pra mim.

Meu coração parou, um longo silêncio se fez meu ser, irritante, obstante, distante, de ti. Não sei por que isso me tocou tão profundamente, em minha mente, que mente me dizendo que sabe o porquê. E mesmo não sabendo, não quero saber. Que honra há em destruir tal momento com apenas pensamentos a seu respeito?

Sorriste pra mim quando eu te vi.

Não falaste nada, não falei nada. Nada tínhamos para nos falarmos. Apenas nossos olhares se encontraram com o único propósito de fazer surgir aquele belo fenômeno, ainda pouco conhecido entre nós, que nos envolveu no véu do seu brilho celestial.

Vi-te sorrindo para mim.

Sorri de volta? Não lembro. Já não mandava mais em mim. Assim, se sorri não senti. E se não sorri, deveria, então teria retribuído aquele lindo gesto que me passava tantos sentimentos e eu não soube reconhecer nenhum.

Sorriste pra mim, eu vi.

Uma pena que tenha sorrido para a pior pessoa possível. Terrível pesar devo ter feito-te passar. Não deverias ter sorrido para alguém tão estúpido que ficou inerte pelo resto da noite. Apenas vendo o teu sorriso partir.

Mas prometa-me uma coisa: não deixarás de sorrir.