7 de março de 2008

Rebobinar...

Eu ainda lembro do que não vivi. Lembro, relembro, e sinto saudades do que ainda não senti. Queria que tudo voltasse a ser como eu sei que não se passou por mim.

Como aquela música que toca na minha vitrola, nos discos empoeirados que outrora estavam aos cuidados da minha mãe. Canções que me tocam toda vez que as toco, letras que me encantam nas vozes de quem as cantam.

Queria minha vida de volta como era uma radio-novela, sendo contada por fabulosos artistas, com os quais não existiam erros, transformavam-os em adaptações, pois não haviam edições. Quero viver minha vida ao vivo.

Que eu a faça uma escultura! Com todas as perfeições e defeitos que eu não consigo mostrar.

Que eu grite: AÇÃO! E dela surja uma aquarela, com todas as cores que eu possa pintar.

E enfim, parar. Tirar fotos de cada ângulo que eu consiga, juntá-las e lembrá-las quadro a quadro, como um filme mudo no silêncio da minha mente. Em preto e branco, como são os meus sonhos.

Que o meu futuro seja exatamente como eu lembro.